Alta no preço do combustível faz aplicativo tornar meio de transporte inviável em Mato Grosso

A prestadora de serviço Janaina Barreto desistiu de trabalhar como motorista de aplicativo de transporte, porque, com o aumento nos preços dos combustíveis, deixou de valer a pena. Segundo ela, estava tendo que, praticamente, pagar para trabalhar, ela é mais uma que viu nos aplicativos um meio de ter uma renda na pandemia, mas os constantes reajustes dos preços dos combustíveis, o tipo de trabalho vem se tornando inviável em todo o Estado.

O ajuste nos preços tem sido frequente, mas nas últimas 4 semanas esse aumento foi muito significativo, em Cuiabá. O preço médio do litro da gasolina subiu R$ 0,31 e já o etanol aumentou R$ 0,20.

“Hoje eu voltei para o meu antigo trabalho, estou prestando serviço hoje novamente, não penso em retornar ao aplicativo com o combustível nessa altura que está não é compensador mais trabalhar. Tenho amigos que trabalham, várias amigas também, só que hoje praticamente todos desistiram”, contou.

Ela trabalhou como motorista de aplicativo por dois anos, mas com a pandemia vendeu o carro e deu um tempo. Resolveu arriscar novamente no começo do ano, agora com um carro alugado, mas viu que a conta não ia fechar.

“Assim quando eu comecei, o etanol estava R$ 2,50, hoje está R$ 4 então se pegar uma corrida de R$ 5 com o preço do combustível, eu estou fazendo um favor e te levando em casa. Já não é mais compensador”, contou.

A empresária Juliana Nogueira vende bolos e pães e para continuar com o delivery precisou conciliar os custos com o preço final dos produtos, reajustando o valor da entrega.

“Eu trabalhava com uma taxa fixa antigamente de R$ 10, mas, com o aumento do combustível, a gente precisou reajustar porque infelizmente eu não consigo absorver esse aumento. Hoje o valor da taxa está em torno de R$ 15 a R$ 20 em Cuiabá e Várzea Grande de R$ 30 a R$ 25”, contou.

Com isso, o delivery praticamente parou e cerca de 90% dos clientes migraram para o atendimento presencial por agendamento para não ter aglomeração.

“Algumas pessoas optam por fazer a retirada aqui comigo porque ao invés de gastar com a taxa de entrega, ela acaba levando algum outro produto para casa. Eu anuncio a fornada, os produtos que eu tenho disponíveis e a pessoa passa para pegar”, contou.

Juliana mudou de emprego na pandemia e largou a advocacia para investir em bolos e pães. A mudança deu certo e o negócio cresceu, mas com o aumento dos combustíveis, comerciantes e clientes tiveram que buscar alternativas para economizar.

Com G1 de Mato Grosso