Após denuncia de enfermeira, comando geral pede apuração de morte de Major da PM
O Comando Geral da Polícia Militar encaminhou ofício ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e ao Ministério Público Estadual (MPE) solicitando a apuração na esfera administrativa e criminal, respectivamente, da denúncia de possível negligência sofrida pelo major PM Thiago Martins de Souza durante internação em unidade hospitalar privada em Cuiabá.
No mesmo ofício, o Comando Geral pede para ser notificado sobre tais apurações.
A medida foi tomada após uma técnica de enfermagem, de 38 anos, fazer um boletim de ocorrência, nesta segunda-feira (05/04), denunciando o hospital São Judas Tadeu, no Bairro Jardim Califórnia, em Cuiabá, de tirar oxigênio de pacientes com Covid-19 e deixá-los morrer na unidade hospitalar.
O major Thiago morreu no último sábado (03/04), por complicações decorrentes da Covid-19, em outra unidade hospitalar, da rede SUS, em Cuiabá, para onde foi transferido após agravamento do seu quadro de saúde e consequentemente necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva(UTI).
A denúncia foi feita após a profissional ser demitida da unidade hospitalar, nesta manhã.
O Hospital São Judas Tadeu, por meio de nota, nega o relato e afirma que a profissional está mentindo.
“As acusações foram proferidas por uma funcionária que trabalhou 50 dias na instituição e foi demitida na semana passada justamente por práticas dissonantes com as exigidas pelo hospital e, por isso, utiliza-se dessa pauta com cunho de promover retaliação e vingança. É evidente que as afirmações são desprovidas de qualquer fundamento e principalmente provas”, diz trecho da nota.
A técnica acionou a polícia, que foi até ao hospital, para denunciar o caso. A profissional foi encaminhada a uma delegacia para confecção de boletim de ocorrência.
A Polícia Civil confirmou o registro do boletim.
Ao G1, a profissional contou que estava trabalhando na unidade há dois meses, mas que houve quebra no contrato e ela foi demitida. De acordo com a técnica em enfermagem, durante os dois meses de experiência no hospital, ela presenciou negligência e maus-tratos.
“Faltavam insumos, medicamentos, a sedação estava sendo feita com morfina. E eu vi eles desligando oxigênio dos pacientes. Estavam deixando os pacientes morrerem todos os dias”, relata.
O hospital afirmou que irá adotar medidas cíveis e criminais cabíveis contra a profissional.
“Sempre atuamos com profissionais sérios e comprometidos com a ética e o bem estar dos pacientes e assim permaneceremos nossa caminhada”, encerra outro trecho da nota.
Com G1 de Mato Grosso