Brasil perde nos pênaltis para o Canadá e dá adeus ao sonho do ouro

seleção brasileira feminina de futebol se despediu do sonho da inédita medalha de ouro olímpica. Em um jogo tenso e equilibrado, com poucas chances de gol, e decidido nos pênaltis após empate em 0 a 0 em 120 minutos, o Brasil foi derrotado pelo Canadá nas quartas de final dos Jogos de Tóquio na manhã desta sexta-feira 30/07, no Estádio de Miyagi. Na semifinal, o Canadá enfrentará o vencedor do duelo entre Holanda e Estados Unidos, finalistas da última Copa do Mundo.

O duelo era uma reedição da última decisão de terceiro e quarto lugares, vencida pelas canadenses na Rio-2016. Os dois times que jamais conquistaram o título (o Brasil tem duas pratas e o Canadá dois bronzes) aparentaram cansaço, além do temor pela eliminação, e criaram poucas chances. A técnica sueca Pia Sundhage apostou nos contra-ataques do Brasil e demorou a mexer no time.

Na primeira etapa, a melhor chance foi da canadense Christine Sinclair, maior artilheira de uma única seleção entre homens e mulheres, com 187 gols. A veterana de 38 anos, porém, não dominou bem um cruzamento da direita e perdeu e a bola ficou com a goleira Bárbara, que, apesar de contestada, teve a titularidade bancada por Pia.

O Brasil respondeu em chutes de Tamires, por cima do travessão, e Debinha, para defesa da goleira Labbé. A partida seguiu nervosa no complemento. Bem marcada, Marta aparentou cansaço e teve atuação apagada. O Brasil criou chances com chute de Andressinha e cabeçada de Rafaelle, mas as finalizações saíram fracas e foram bem defendidas por Labbé.

O Canadá respondeu: Gilles subiu bem de cabeça e a bola explodiu no travessão de Bárbara. Ludmila entrou no lugar de Bia Zaneratto para dar mais velocidade ao ataque e o jogo foi ficando mais aberto. O Brasil respondeu em mais um chute de Debinha, mas a goleiro canadense defendeu. O jogo foi para a prorrogação, momento em que Pia mandou a campo a meio-campista Andressa Alves, destaque do time nas partidas anteriores. O equilíbrio se manteve, com as duas equipes aparentando mais medo de levar um gol do que desejo de resolver a partida. Faltando dois minutos para o fim da prorrogação, Erika subiu e cabeceou muito bem, mas Labbé salvou o Canadá.

Na decisão por pênaltis, Bárbara se redimiu das falhas nos últimos jogos ao defender a primeira cobrança, justamente da estrela canadense Sinclair. Marta, Debinha, Erika marcaram, mas Andressa Alves desperdiçou. Gilles deixou o Canadá na frente e Rafaelle falhou a última cobrança, mais uma vez frustrando o objetivo da equipe feminina.

Após a partida, Marta pediu paciência com as atletas mais jovens e se disse orgulhosa da campanha. “Tem dias que as coisas não funcionam, faltou um pouco de paciência. Poderíamos ter aproveitado melhor na prorrogação, porque elas estavam mais cansadas. São coisas que acontecem, nem sempre o melhor vence. Temos de continuar apoiando a modalidade, porque o futebol feminino não acaba aqui. Espero que as pessoas tenham a consciência de não apontar dedos, não tem culpados. Fizemos o que estava a nosso alcance.”

Com a revista Veja Abril