Campeonato Português retorna hoje

Talvez contribua o fato de não ser a liga mais estelar da Europa. Mas, certamente, o  sucesso de Jorge Jesus no Flamengo faz com que as áreas técnicas despertem, no torcedor brasileiro, o principal ponto de curiosidade no Campeonato Português, que retorna hoje(03/06) após a pausa provocada pela pandemia. Afinal, buscar um “novo Jorge Jesus” pode parecer uma receita de sucesso no futebol do Brasil. Mas onde procurar?

Primeiro, vale lembrar que tudo depende do tipo de futebol que se deseja ver o time jogar. Nem todos os treinadores portugueses jogam ao estilo de Jesus. Tampouco com a mesma qualidade de trabalho.

As referências mais óbvias não servem. Seria natural olhar primeiro para Porto e Benfica, que disputam o título palmo a palmo — 60 pontos para os dragões e 59 para os encarnados. Mas a distância dos dois gigantes em relação aos demais parece ter muito mais a ver com a realidade econômica do que com grandes trabalhos de seus treinadores. O Porto não chegou sequer à última fase preliminar da Liga dos Campeões, batido num mata-mata pelo Krasnodar, da Rússia. E já caiu também na Liga Europa. O Benfica não sobreviveu num grupo com RB Leipzig e Lyon. Foi parar na Liga Europa e não resistiu ao Shakhtar Donetsk.

Neste momento, as atenções em Portugal se concentram em três treinadores que estão entre a quinta e a sétima posição. Com alguma esperança de chegar ao quarto lugar e levar times de investimento reduzido a uma aventura europeia

Um nome que merece registro é João Pedro Sousa, 48 anos, técnico do Famalicão, time que foi líder até a oitava rodada, quando perdeu para o Porto por 3 a 0. O duelo, aliás, se repete hoje, às 17h15m (na Espn Brasil).

O modelo de jogo autoral chamou atenção mesmo com um campeonato “dividido em dois”: sete vitórias nos primeiros nove jogos e apenas três nos 14 seguintes, fazendo o clube cair para o sétimo lugar, com 37 pontos. A forma de jogar, por vezes, impôs riscos e até constrangimentos. Como a derrota por 7 a 0 para o Vitória de Guimarães.

— É o time que menos olha para o adversário, joga à sua maneira. Não faz um passe longo ao sair de trás, tenta sair com a bola — relata Luís Cristóvão, analista tático e jornalista da rádio Antena 1, de Portugal.