Candidato derrotado pede cassação de prefeito eleito por uso de “caixa 2”

O candidato a prefeito derrotado em Tangará da Serra (245 KM de Cuiabá), Jean Picolli (PSC), pede na justiça a cassação do registro de candidatura do prefeito eleito Vander Masson (PSDB), suspeito de prática de Caixa 2 e abuso de poder econômico. Os autos tramitam na 19ª Zona Eleitoral de Tangará da Serra e também exigem a quebra do sigilo bancário de Masson.

O próprio Jean Piccoli, que é advogado, assinou as alegações finais no processo no último sábado (5). De acordo com o documento, um comerciante da região, que possui uma empresa de eventos, teria sido o “marqueteiro” da campanha eleitoral de Vander Masson em 2020 em período proibitivo – antes da data estabelecida pela Justiça Eleitoral para os candidatos “colocarem o bloco na rua”.

De acordo com Piccoli, o suposto marqueteiro, identificado como Maurício Escobar, teria recebido R$ 100 mil para a realização do trabalho – que também teria sido oferecido inicialmente ao próprio candidato derrotado, como ele revela nos autos. O suposto negócio também foi relatado no processo por uma testemunha.

“O informante em seu depoimento relata que Mauricio procurou o informante e o denunciante dizendo que o seu estabelecimento comercial ‘Brutus’, estaria fechado e que precisaria ganhar dinheiro na campanha politica e que precisaria de R$ 100.000,00 e que se Jean não pagasse este valor pelos seus serviços outro candidato pagaria”, conta o candidato derrotado na eleição, que continua.

“Neste caso o candidato seria Vander Masson, narrativa esta confirmada pela própria testemunha Mauricio Escobar em que afirmou ter sido contratado por Vander Masson”, revela ele.

Jean Piccoli narra ainda no processo que sites de notícias da região de Tangará da Serra também teriam se “aliado” ao então candidato Vander Masson no intuito de perseguir adversários e “exaltar” as qualidades e ações do prefeito eleito durante a campanha. O fato teria sido revelado após o mesmo informante que relatou a suposta cobrança de R$ 100 mil por Maurício Escobar, também revelar que procurou os profissionais da imprensa para prestação de serviços.

“O informante afirma que procurou jornalistas locais para prestarem serviços a campanha porém houve a negativa de todos eles em dialogar pois informaram já estarem trabalhando para Vander Masson, fato este comprovado com cópias de reportagens veiculadas nestes veículos de comunicação em que valorizam as virtudes do candidato que os contratou e caluniam e difamam os candidatos adversários”, diz outro trecho das alegações finais.

O candidato derrotado revela ainda outros indícios de crimes eleitorais, como a contratação, pela Câmara de Vereadores de Tangará da Serra, de uma jornalista para “para prestar serviço para o candidato Vander Masson, sendo seus vencimentos pagos pela Câmara, para baratear os custos de campanha”.

Jean Piccoli também reclama que durante uma live nas redes sociais de cunho eleitoral realizada na pré-campanha, ou seja em período proibido, Maurício Escobar e a jornalista que foi contratada pela Câmara “zombaram” de seu nome, fazendo referência à palavra “picolé”.

Os autos ainda estão sob análise na 19ª Zona Eleitoral, que ainda não proferiu uma decisão sobre o caso. Vander Masson venceu a eleição com 31.606 votos (72,73%), enquanto Jean Picolli teve apenas 369 votos (0,85%).

Com folha max