Com a pandemia aumentou a solidão e o abandono dos idosos
Existe por lei uma idade em que as pessoas são consideradas idosas. Isso tem variado com o passar do tempo. Quando minha mãe se casou, uma mulher de 40 anos era considerada uma “velha” e se a morte lhe chegasse a qualquer momento isso seria natural. Hoje, uma mulher de 40 em alguns casos pode se passar por irmã de sua filha de 20 devido ao avanço da ciência.
Na outra ponta, existem aquelas pessoas que são velhos de alma, ou seja, envelheceram porque sempre tiveram atitudes que não celebravam a vida e aqueles que por motivo de saúde, o tempo os afetou de maneira mais forte.
O fato é que os idosos podem ser encontrados à partir de 40 anos devidos às mais diversas circunstâncias, mas elo que os liga é a solidão que experimentam.
No meu caso, especificamente, a solidão não se fez minha companhia, pois sou constantemente estimulada a produzir, a interagir em redes sociais, a escrever e a aumentar o circulo de amizades, mesmo que virtuais na maioria das vezes.
A solidão é caracterizada como um “estado de falta”, no qual é preciso ser amado, tocado e protegido. Existe uma insegurança criada pela “hipervigilância” por seus filhos e netos que envergonha e trás insegurança por reafirmar à cada momento a incapacidade do idoso.
Antes da pandemia, é claro, muitos idosos descobriram que problemas físicos ou cognitivos, perdas auditivas ou visuais podiam fazê-los sentir-se envergonhados ou inseguros, contribuindo assim para o seu isolamento, porém agora isso tudo é somado à um confinamento involuntário
Antes, mesmo com problemas, os idosos saiam sozinhos ou eram levados para passeios, aniversários, viagens e toda a sorte de atividades que a saúde ainda lhes permitia. Os chamados grupos da terceira idade se multiplicavam pelo país.
Agora, isso não mais ocorre e a solidão tende a se instalar de forma inexorável.
Veja o que diz a Lei
Lembrando o artigo 9º do Estatuto do Idoso que diz que é obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade, vale lembrar que a família deve a primeira trincheira de proteção de seus idosos.
Converse com seus idosos. Você vai descobrir histórias maravilhosas, experiências riquíssimas de vida. Vai descobrir que hoje ele é o fruto dos passos que caminhou, das batalhas que enfrentou, dos trabalhos que realizou e da família que criou. Valorize isso. Aprenda. Existe um provérbio indiano que diz: quando se perde um idoso, perde-se uma biblioteca.
Que Deus permita que um dia todos possam ser idosos e tenham um grupo familiar que não os deixem se sentirem sozinhos. É essa a tarefa que nos cabe e o amor é o único instrumento pra realiza-la.
Autor: João Bosco Nazareno Filho e Maria e Maria Natividade Nazareno do site VozMT