Deputados bolsonaristas de MT estão na mira da CPI de 8 de janeiro
Três deputados federais de Mato Grosso poderão ser alvos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, conforme estabelecido no plano de trabalho aprovado, que investigará as manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições.
Com isso, os deputados José Medeiros (PL) e Abílio Brunini (PL), poderão ser convocados para prestarem esclarecimentos à CPMI do Congresso Nacional. A deputada Coronel Fernanda (PL), que é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto financiamento dos atos golpistas, também deve ser convocada.
Medeiros foi um dos primeiros a acusar sem provas que houve fraude no segundo turno das eleições em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu se reeleger.
‘Venceram fraudando tudo que podiam (…) Estamos lidando com o PT, organização mais perigosa de todas as organizações criminosas do mundo’, disse o parlamentar no dia 3 de novembro do ano passado.
O parlamentar também usou as redes sociais para disseminar informações falsas sobre as urnas e o resultado das eleições, bem como apoiando os manifestantes que ocupavam estradas e a frente de quartéis no país. ‘Se o TSE quiser anular as duas eleições, eu acho que é o correto a fazer, pois as urnas são as mesmas e deu problemas nas mesmas. Então, muita gente que não se elegeu poderia ter sido eleito e muita gente que foi eleito poderia não se eleger anulando os votos dessas urnas’, disse em um dos seus posts nas redes sociais.
O mesmo aconteceu com o deputado federal Abílio Brunini. Em diversas publicações, o parlamentar repetias as informações falsas de que ocorreram irregularidades nas eleições. Ele também chegou a fazer um desabafo, reclamando de que o Exército não iria realizar uma intervenção.
‘Pelas informações que obtive, o Exército não pretende fazer nenhum tipo de intervenção e a entrega do relatório foi para cumprir o protocolo da função assumida perante o TSE. Atuaram rápido para encerrar o assunto’, disse na publicação.
Após repercussão negativa entre os seus eleitores, ele apagou a postagem, assim como outras. Abílio também chegou a duvidar da destruição do Congresso Nacional em uma live, afirmando que não houve destruição.
Após o ocorrido, ele alegou mal entendido, e chegou a ser advertido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Coronel Fernanda passou a ser investigada em março desde ano, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, abriu inquérito para investigar um possível financiamento da parlamentar em viagens de manifestantes para Brasília.
A informação foi revelada pela aposentada Gizela Cristina Bohrer, 60, residente em Barra do Garças (500km de Cuiabá), que disse à PF que viajou a Brasília em um ônibus organizado por três políticos, um deles Fernanda.
‘Os três coordenam grupos de WhatsApp e organizam caravanas para Brasília já há dois anos; que tais caravanas tinham por objetivo o apoio ao então Presidente Bolsonaro, tais como fizeram por ocasião dos desfiles de 7 de setembro e 15 de novembro de 2021 e 2022’, contou Gizela à PF. ‘Todo mundo que vem nesses ônibus vem de graça e recebe todas as refeições de graça’, afirmou em seu depoimento.
A CPMI de 8 de janeiro conta com 32 membros entre deputados e senadores. O parlamentar Emanuelzinho (MDB) é o único de Mato Grosso que atua na Comissão como suplente.
Com o site Folha Max