Dia da Consciência Negra não é de comemoração, e sim de reflexão

20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Esta data também é uma questão importante para esporte, mas prefiro começar explicando ou respondendo algumas das perguntas mais frequentes no mês deste mês. “Por que há o Dia da Consciência Negra?” É algo bem simples de elucidar: o Brasil sempre negou a existência do racismo e sempre fugiu do debate. Então, era sim necessário criar um evento, uma situação que obrigasse o povo brasileiro a abordar este assunto. “Mas por que não tem o Dia da Consciência Branca?” Talvez porque a escravidão foi cruel e prejudicial à população negra, e não à branca. Após a escravidão, foram as pessoas brancas que criaram barreiras, armadilhas e injustiças …

“Mas por que não tem o Dia da Consciência Branca?” Talvez porque a escravidão foi cruel e prejudicial à população negra, e não à branca. Após a escravidão, foram as pessoas brancas que criaram barreiras, armadilhas e injustiças que hoje chamamos de racismo. Desta forma, o homem branco não precisou lutar contra o racismo, o qual ele foi o criador. Mas falar de racismo exige muito cuidado porque, mesmo sendo uma luta do negro contra o racismo e o racista por usar a palavra branco em muitas situações, acaba trazendo certo desconforto para aqueles que são brancos, mas não são preconceituosos. Ciente da importância do Dia da Consciência Negra e a luta diária que os enfrentam o Brasil

Diferentemente dos casos do piloto inglês Lewis Hamilton e dos astro da NBA LeBron James, que chagaram a um nível financeiro e profissional tão alto na carreira em que, mesmo sendo perseguidos, já não tem mais o que temer, pois são praticamente intocáveis. 20 de novembro foi escolhido para representar o Dia da Consciência Negra porque foi nesta data que morreu Zumbi dos Palmares, grande símbolo de luta e resistência. É uma enorme oportunidade de se posicionar sem corrermos o risco de ser perseguido ou colocar as suas carreiras em risco.

Faço aqui convite para uma reflexão: “O que seria do seu time de coração e da seleção brasileira sem a participação dos negros?”

Mário Lúcio Duarte, o Aranha, atuou como goleiro na Ponte Preta, no Atlético-MG e no Santos, entre outros. É o autor deste texto no Uol.