Em Rondonópolis, alegando contingenciamento, Zé do Pátio reduz verbas para a Saúde
Contrariando o próprio discurso do prefeito José Carlos do Pátio (PSB), que afirma que sua gestão tem uma priorização do setor de saúde, o município de Rondonópolis reduziu o valor do orçamento para a Secretaria Municipal de Saúde em 2022, conforme os números do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi) do Tesouro Nacional, que aponta uma redução drástica do orçamento definido pelo gestor com a pasta essencial.
Se comparado com o percentual que investiu no primeiro ano do seu mandato anterior, ou seja, em 2017, Pátio saiu de uma realidade de 34% das despesas totais da administração gastas com saúde para 27%, em 2022. Embora ainda cumpra o mínimo constitucional, representou R$ 100 milhões a menos no ano passado para a rede.
Há seis anos, enquanto as despesas totais do município ficaram na casa dos R$ 700,62 milhões, o recurso aplicado em saúde no mesmo exercício foi de R$ 235,28 milhões, alcançando o percentual de 34% e assim deixando claro uma atenção real da gestão com a Atenção Básica, Vigilância Sanitária e Assistência Hospitalar.
Contudo, após divulgar na imprensa de que tem se empenhado para trazer para a rede municipal responsabilidades de média e até alta complexidade – prerrogativas do governo do Estado e Federal – ampliando a estrutura com novas unidades de socorro à população, o prefeito não acompanhou o crescimento do orçamento geral e encolheu a verba da saúde.
Em 2022, diante de um cenário próximo de R$ 1,467 bilhão de despesas totais, o que a gestão Pátio reservou à saúde foi perto de R$ 394 milhões, cerca de 7% a menos do que fez logo após sua volta ao comando da maior cidade do interior. Se tivesse repetido os mesmos 34% de 2017, o gestor chegaria a quase R$ 500 milhões para a pasta.
Com a mudança de prioridade, Pátio não conseguiu manter a estrutura que expandiu, principalmente durante o início da pandemia da covid-19, e precisou decretar, em meio ao exercício de 2023, um contingenciamento da saúde, no último dia 12 de setembro. O resultado foi a demissão de gestores de departamentos estratégicos, comprometendo o atendimento principalmente das camadas mais populares.
A reportagem procurou a assessoria da gestão, porém, até o fechamento desta edição, não houve retorno.
Com Gazeta Digital