Ex-namorado é condenado a 22 anos de prisão por matar e esconder corpo de universitária

A Justiça de Mato Grosso condenou, nessa terça-feira (26), Izomauro Alves de Andrade, responsável pela morte da estudante de direito Lucimar Fernandes Aragão, a 22 anos e quatro meses de prisão. O crime aconteceu em maio de 2020, em Cuiabá.

O ex-namorado responde pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. A pena deve ser cumprida em regime fechado.

As investigações apontaram que a vítima, de 41 anos, e Izomauro, de 39, viviam um relacionamento conturbado e que o ex-namorado havia sido preso por violência doméstica contra Lucimar um mês antes do assassinato.

Na época do crime, o casal teve uma briga e a vítima havia pedido para que Izomauro saísse da casa dela. Ele teria recusado.

O condenado também já tinha passagens na polícia por roubo, sequestro e violência doméstica. Izomauro também já havia sido condenado anteriormente por um homicídio.

Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, as investigações duraram cerca de seis meses. Foram feitas buscas e escavações para apurar o desaparecimento de Lucimar, mas o corpo da estudante nunca foi encontrado.

Investigações

Após o desaparecimento de Lucimar, em maio de 2020, a mãe dela procurou a Polícia Civil em agosto para informar que não tinha mais notícias da filha, que não ficava um tempo tão longo sem contato, e o celular estava desligado.

A mãe informou ainda, na época do registro do desaparecimento, que foi até a casa de Lucimar e encontrou a o local com aspectos de abandono.

A partir da ocorrência registrada no Núcleo de Pessoas Desaparecidas, a Polícia Civil iniciou as buscas pelo paradeiro da vítima, sendo instaurado inquérito cuja principal linha de investigação levou ao namorado com quem ela manteve um relacionamento conturbado.

Pouco menos de um mês antes de Lucimar desaparecer, o investigado foi preso por violência doméstica praticada contra ela e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

Desaparecimento

No inquérito policial conduzido inicialmente pelo delegado Anderson Veiga, foram anexadas evidências de que o último sinal real de vida da vítima foi registrado na madrugada do dia 18 de maio de 2020.

Conforme registros telefônicos analisados, entre 4h e 5h da manhã, ela fez contato com um amigo dizendo que brigou com o namorado e estava com medo de ser agredida.

Mais outras três tentativas de ligações foram feitas do celular de Lucimar, uma delas para o número 190, ligação que foi interrompida. A partir de então, não se teve mais contato dela.

As investigações levantaram várias contradições nas declarações do suspeito, que alegou não ter procurado a polícia após constatado o alegado desaparecimento da vítima porque ela já teria sumido outras vezes.

Ele ainda alegou que tentou falar com Lucimar por telefone e aplicativo. Porém, a DHPP não encontrou evidências dessas tentativas de ligações ou envio de mensagens.

Buscas na casa

A casa da vítima, no bairro Parque Geórgia, pode ter motivado a desavença entre ela e o suspeito do crime.

A apuração sobre o desaparecimento constatou que Lucimar tinha informado a um amigo que pediu ao suspeito para sair do imóvel que ela havia comprado, mas que ele havia se negado.

No imóvel, a equipe realizou buscas com mandado judicial, inclusive com escavações para procurar vestígios do corpo da vítima, mas nada foi localizado.

No carro dela, que estava na casa, foram encontrados vestígios de sangue humano, que foi coletado para exame pericial e confronto genético. A casa estava em construção e o rebocamento e pintura de paredes, assentamento de pisos pode ter ocultado vestígios do crime, segundo a perícia.

Prisão do suspeito

O homem investigado foi preso no final de janeiro de 2021, após diligências da DHPP para localizá-lo e cumprir o mandado expedido pela 1ª Vara Especializada da Violência Doméstica de Cuiabá.

Ele ficou escondido inicialmente em uma fazenda no município de Cáceres, onde a equipe policial realizou um cerco para prendê-lo, mas o condenado conseguiu escapar. Posteriormente, ele foi para Várzea Grande, onde se escondeu no apartamento de um parente.

No entando, foi localizado pela polícia. Em interrogatório, negou o crime.

Com G1 de Mato Grosso