Ex-secretária diz que foi ameaçada depois que encontrou esquema fraudulento de medicamentos em Cuiabá
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos da Câmara de Cuiabá, ouviu nesta segunda-feira (02/08) a ex-secretária de Saúde da capital, Elizeth Lúcia de Araújo.
Aos parlamentares, ela disse que encontrou um sistema fraudulento de compra de medicamentos, onde a empresa Norge Pharma faturava um item, mas entregava outros.
Ela também revelou ameaças veladas do representante da empresa, Dirceu Luiz Pedroso Júnior, e boicote interno dentro da secretaria por tentar cortar o esquema ilegal.
Além disso, ela acusou o prefeito Emanuel Pinheiro de não lhe dar respaldo em suas ações.
A TV Centro América tenta localizar a defesa do empresário e da empresa.
Por meio de nota, a Prefeitura de Cuiabá afirmou que o prefeito Emanuel Pinheiro reafirma que a gestão atua pautada pelo zelo e compromisso na administração de recursos públicos e lamenta as ilações apontadas durante o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Medicamentos vencidos por parte da ex-secretária de Saúde, Elizeth Araújo.
“Em nenhuma circunstância irá se furtar a promover apurações ou aceitar práticas ilícitas; Apoia e considera necessária investigação aberta pela Casa de Leis no intento de que falhas sejam saneadas, já que o problema se arrasta há décadas; Considera a fala da ex-secretária estranha e irresponsável sem nenhum compromisso com a verdade, e que segue determinado a entregar uma saúde melhor à população cuiabana apesar daqueles que buscam o quanto pior, melhor”.
“É notório que qualquer secretário que tentar dificultar esse processo, vai ter dificuldade”, disse ela aos vereadores.
Elizeth respondia pela secretaria de Saúde no momento da contratação da empresa Log Lab de gerenciamento digital de remédios. A empresa contratada ingressou na administração pública antes da Norge Pharm, atual responsável pelo serviço.
A CPI dos Medicamentos foi instaurada em 10 de maio deste ano a fim de apurar a questão referente aos remédios vencidos encontrados estocados no Centro de Distribuição de Insumos e Medicamentos (CDMIC) da capital.
A Comissão é composta pelos vereadores Lilo Pinheiro (PDT), que responde pela presidência da CPI; Marcus Brito Junior (PV), responsável pela relatoria; e o tenente coronel Paccola (Cidadania), que figura como membro titular.
A Comissão, inclusive, já elaborou um parecer parcial para apresentar as instituições e colocá-las a par de toda a investigação. Além disso, a Politec está auxiliando no trabalho de perícia.
Com G1 de Mato Grosso