Facebook não pode gerenciar criptomoedas, diz Senado americano
No mesmo dia do lançamento de sua carteira da Novi, carteira digital do Facebook, cinco senadores dos EUA escreveram uma carta para Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, alertando-o que ele concordou, em outubro de 2019, em não lançar nenhum produto relacionado a criptomoedas sem previa aprovação.
Considerado como uma versão teste, a carteira está disponível apenas para dois países e nenhum deles é o Brasil. Os planos de oferecer um serviço parecido com ao de um banco pode ser árduo conforme soluções descentralizadas já atuam de forma menos burocrática.
Quanto a sua criptomoeda, o Facebook não lançou nenhuma nota para mostrar o seu desenvolvimento ou em qual estado está a solicitação de aprovação da moeda por um órgão governamental.
Novi, a carteira do Facebook
A versão piloto da carteira digital Novi foi lançada apenas para residentes da Guatemala e dos EUA. Em seu anúncio, a empresa cita que 1,7 bilhão de adultos no mundo não tem acesso a contas bancárias, sendo este o seu principal foco.
Os usuários só poderão fazer transferências da stablecoin Pax Dollar (USDP), administrada pela Paxos, neste primeiro momento. Segundo nota, a stablecoin foi escolhida pois já atua no mercado há mais de três anos. Estes fundos serão mantidos sob custódia da exchange americana Coibase.
Para utilizar a carteira Novi, já disponível para dispositivos Androis e iOS, os usuários precisarão realizar um processo de KYC, ou seja, enviar seus dados pessoas para verificar a sua identidade. Talvez este seja um grande impedimento de crescimento já que soluções descentralizadas já estão disponíveis, e não exigem nenhum dado.
O governo está de olho
A carta dos senadores para Mark Zuckerberg mostram que como ele concordou em não lançar nenhum produto relacionado a criptomoedas sem previa aprovação do governo, a disponibilização da carteira Novi é uma afronta aos reguladores.
O texto também acusa o Facebook de usar seu algoritmo para prejudicar adolescentes, especialmente garotas, listando um artigo do WSJ de título “O Facebook sabe que o Instagram é tóxico para adolescentes, como mostrado pelos documentos da empresa”.
Os senadores pedem para que Zuckerberg interrompa os testes pilotos da carteira Novi e também se comprometa a abandonar o projeto da Diem, sua criptomoeda. As alegações é que tal stablecoin seria mais nociva do que benéfica para os EUA e o mundo como um todo.
E a criptomoeda do Facebook?
Previamente chamada de Libra, agora Diem, a criptomoeda do Facebook começou a perder vários associados de grande nome, como PayPal, Mastercard, Visa e Mercado Pago, devido a pressão regulatória sobre o lançamento da sua moeda que estava planejado para 2020.
Seu plano inicial era ser lastreada por uma cesta de moedas fiduciárias e securities para evitar a volatilidade e não ficar presa a uma única moeda, como é o caso das stablecoins que conhecemos.
Todavia, a última atualização sobre o projeto ocorreu em maio deste ano, no qual a empresa anunciou que retirou seu pedido feito à FINMA e tentaria aprovação do Tesouro americano para ser lançada. Todavia, após a carta dos senadores para Zuckerberg, parece que seus planos estão longe de saírem do papel.
Esta é a principal diferença entre criptomoedas verdadeiramente descentralizadas, como o Bitcoin, e a Diem do Facebook. O BTC não precisa de aprovação de nenhum governo, e mesmo com banimentos, como no caso da China, a criptomoeda continua mais forte do que nunca.
Com Livecoins.com.br