Fraudes com criptomoedas: 7 dicas para não cair em golpes e pirâmides financeiras
Criptomoedas é, indiscutivelmente, um dos mercados mais atrativos da atualidade. O histórico de valorizações astronômicas e o potencial da tecnologia blockchain oferecem um cenário promissor para qualquer um em busca de rentabilidade – o que, infelizmente, também facilita o trabalho de golpistas a se aproveitar do otimismo e da falta de conhecimento dos investidores para promover fraudes como, por exemplo, as pirâmides financeiras.
Alguns fatores facilitam a atuação de golpistas: a complexidade das tecnologias desencoraja alguns investidores a aprender sobre cripto; grande parte dos produtos e mercados de investimento em cripto não está sujeita à vigilância dos reguladores; e a comunicação por meios virtuais, como o WhatsApp, facilita a propagação de informações falsas e promessas fantasiosas, além de dificultar a verificação de dados importantes como a identidade dos enganadores.
Cenário dos golpes financeiros com cripto no Brasil
Como no Brasil o nível de instrução da população sobre finanças é muito baixo, muitas vezes os golpistas não precisam de muito esforço para convencer os investidores a aplicar suas poupanças em produtos fraudulentos.
Uma pesquisa aponta que 11% dos internautas brasileiros afirmaram já ter perdido dinheiro em fraudes financeiras, sendo que, destes, 55% investiram em pirâmides. Entre os entrevistados que caíram em golpes, 44% dizem ter sido influenciados principalmente pela promessa de alto retorno.
Alguns dos golpes financeiros recentes mais falados no Brasil – todos com cripto – foram: a Atlas Quantum, que tinha mais de 200 mil investidores e pode ter levado à perda de R$4 bilhões; o Grupo Bitcoin Banco, do ‘Rei do Bitcoin’ (R$1,5 bilhão em perdas de 7 mil investidores); e, mais recentemente, a GAS Consultoria, do ‘Faraó do Bitcoin’, que pode ter movimentado cerca de R$38 bilhões.
Os reguladores e o Congresso Nacional estão buscando formas de prevenir golpes semelhantes. Um projeto de lei em tramitação desde 2015 visa, dentre outras medidas referentes à regulação de cripto, estabelecer um órgão responsável pela vigilância do setor no país e outras medidas de proteção ao investidor, como a exigência de que qualquer empresa do setor seja registrada previamente.
Originalmente, o órgão responsável seria o Banco Central. Na forma atual do texto, o Poder Executivo poderá indicar esse órgão, que pode ser a Comissão de Valores Mobiliários, o próprio Banco Central ou outro órgão.
Como investir em cripto com segurança
1. Fuja das promessas de retorno
Cripto é uma classe de ativos de renda variável com alta volatilidade. Sendo assim, é praticamente impossível prever quanto uma estratégia de investimento vai render nesse mercado – principalmente por períodos prolongados. Qualquer retorno “garantido” deve ser colocado sob suspeita imediatamente.
2. Busque informações sobre a empresa, os fundadores e sócios
No Brasil, as empresas de investimento estão sujeitas à regulação da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e à autorregulação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Se uma empresa não for registrada nessas duas instituições, desconfie logo.
Também é importante buscar informações sobre as pessoas por trás da empresa: elas têm experiência e formação relevantes nesse tipo de atividade? Estão em número suficiente para desempenhar todas as funções necessárias? Já se envolveram em episódios e empresas suspeitas? Ostentam riqueza, como carros e mansões, para atrair novos investidores?
3. Atenção com as pirâmides financeiras
Se alguém disser que “é importante trazer mais pessoas”, desconfie imediatamente. As empresas de investimento devem usar conhecimento e tecnologia para maximizar os ganhos dos investidores, não a força de venda dos mesmos.
O mecanismo básico de uma pirâmide financeira é usar o dinheiro dos entrantes para pagar os rendimentos dos que chegaram há mais tempo, fingindo que os valores vêm dos retornos sobre o investimento. Assim, quando o dinheiro para de entrar, os golpistas perdem a capacidade de honrar os pagamentos.
4. Entenda como a empresa faz dinheiro
No mundo dos investimentos, transparência é sempre prioridade. Mesmo em um mercado complexo como o de cripto, os investidores devem saber – pelo menos por alto – que tipo de operação é executada para trazer os retornos. Se você não entende o que está sendo feito, pergunte. Se não houver material sobre a estratégia, se ninguém souber te explicar ou se a explicação parecer complexa de propósito, fique atento.
5. Atenção com as transferências
Antes de transferir para uma empresa de investimento, verifique se o nome vinculado ao CNPJ confere com o registrado junto aos órgãos reguladores. Nunca faça PIX ou outro tipo de transferência para uma pessoa física ‘intermediar’ a relação com a empresa de investimento.
6. Confira o endereço dos sites
É comum os fraudadores criarem uma cópia das plataformas de investimento para roubar os dados pessoais e de acesso dos investidores. Antes de inserir qualquer informação em um site, garanta que o url da página é igual ao que a empresa divulga nas redes sociais, por exemplo.
7. Descubra o melhor produto de investimento para você
Aqui, considere que toda facilidade tem um custo. Se você não está disposto a estudar sobre cripto, finanças e como gerir seu portfólio, provavelmente é uma boa ideia confiar em quem entende do assunto.
Cenário dos golpes financeiros com cripto no Brasil
Como no Brasil o nível de instrução da população sobre finanças é muito baixo, muitas vezes os golpistas não precisam de muito esforço para convencer os investidores a aplicar suas poupanças em produtos fraudulentos.
Uma pesquisa aponta que 11% dos internautas brasileiros afirmaram já ter perdido dinheiro em fraudes financeiras, sendo que, destes, 55% investiram em pirâmides. Entre os entrevistados que caíram em golpes, 44% dizem ter sido influenciados principalmente pela promessa de alto retorno.
Alguns dos golpes financeiros recentes mais falados no Brasil – todos com cripto – foram: a Atlas Quantum, que tinha mais de 200 mil investidores e pode ter levado à perda de R$4 bilhões; o Grupo Bitcoin Banco, do ‘Rei do Bitcoin’ (R$1,5 bilhão em perdas de 7 mil investidores); e, mais recentemente, a GAS Consultoria, do ‘Faraó do Bitcoin’, que pode ter movimentado cerca de R$38 bilhões.
Os reguladores e o Congresso Nacional estão buscando formas de prevenir golpes semelhantes. Um projeto de lei em tramitação desde 2015 visa, dentre outras medidas referentes à regulação de cripto, estabelecer um órgão responsável pela vigilância do setor no país e outras medidas de proteção ao investidor, como a exigência de que qualquer empresa do setor seja registrada previamente.
Originalmente, o órgão responsável seria o Banco Central. Na forma atual do texto, o Poder Executivo poderá indicar esse órgão, que pode ser a Comissão de Valores Mobiliários, o próprio Banco Central ou outro órgão.
As principais possibilidades de investimento em cripto são:
● compra direta em exchanges especializadas (para quem conhece bem o mercado e se sente confortável para tomar os riscos de custódia nas exchanges ou por conta própria);
● compra direta peer-to-peer, ou seja, comprar de alguém que tenha o ativo (para quem conhece bem o mercado, confia na contraparte e entende como fazer a própria custódia);
● produtos de investimento regulados, como os fundos de investimento e os ETFs (para qualquer investidor).
Por Christian Gazzetta*
*Redator da Hashdex formado em Economia pela UFRJ, se dedica a aprender e ensinar sobre cripto desde 2017. Nos últimos anos, dirigiu grupos de estudo e palestrou em eventos como a Bitconf, além de organizar debates e palestras com representantes de entidades como IBM, CVM, ITS Rio, Mercado Bitcoin e Foxbit.