Governador reclama da falta de vontade do Governo Federal em liberar compra de vacinas

Mais de 1,2 milhão de doses da vacina Sputnik V poderiam chegar em Mato Grosso a partir de 20 de abril. Contudo, apesar dos esforços de governadores de 11 estados, o Governo Federal tem colocado impecilhos na liberação e a demora foi criticada pelo governador Mauro Mendes (DEM). Ao vetar a compra de mais de 37 milhões de doses do imunizante, a alegação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi de que seriam necessários documentos e inspeções na fábrica na Rússia.

Mas, nesta segunda (13/04), foi cancelada a ida da equipe à Russia e a morosidade da Anvisa preocupa o governador que tenta, desde janeiro concluir a compra. Ele reservou R$ 100 milhões para adquirir vacina contra Covid-19 que já fez cerca de 8,5 mil vítimas em Mato Grosso.

“Os técnicos que estão trabalhando lá junto à Anvisa, representando os estados, tem hora que eles dizem que sentem uma má vontade de não querer liberar porque foi uma compra feita por governadores. É ridículo isso, um absurdo. Mas vamos continuar insistindo”, desabafou Mauro em entrevista à Rádio Capital nesta terça (13).

A reclamação do governador vai ao encontro de críticas de membros do Congresso ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que estaria dificultando a compra de vacinas por governadores pensando nas eleições de 2022 quando vai tentar mais um mandato.

O assunto vem ainda em um momento delicado para as relações institucionais onde o Senado deve abrir uma CPI para investigar ações do Ministério da Saúde na crise sanitária. Por pressão de Bolsonaro, a Comissão deve incluir ações de estados e municípios.

“Não tem pressa (na aprovação da vacina), pelo jeito. A Anvisa é um órgão do Governo Federal, aí os brasileiros façam as suas conclusões. Infelizmente, não deveria ter essa demora. A Lei é muito clara, entrou lá o pedido, eles têm 72 horas para liberar e até agora nada, fica lá, diz que está faltando documento”, afirmou Mauro.

A Sputnik é desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia e, no Brasil, a produção tem parceria com a União Química. Mauro chegou visitar a fábrica em Brasília, quando iniciou as tratativas para adquirir 1,2 milhão de doses do imunizante.

Ele ainda fez apelo, na semana passada, a diretores da Agência em reunião com representantes do consórcio do Nordeste de governadores, do qual MT faz parte e, apesar de não colocar uma pedra no assunto da permissão de compra pelos estados, informou que, por enquanto, não vai liberar.

Com RD News