Governo bloqueia R$ 6,8 da UFMT; serviços de bolsas e auxílios podem ser afetados

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) informou, nesta quinta-feira (6), que teve R$ 6,8 milhões do orçamento deste ano bloqueados pelo governo federal. Com isso, os serviços de luz, água e internet podem ser afetados. Segundo a instituição, as contas estão, agora, sendo avaliadas para dar prioridade ao pagamento de empregados, bem como aos programas de bolsas e auxílios aos estudantes.

No fim de setembro, o governo federal já havia bloqueado R$ 2,6 bilhões do Orçamento da União, mas não havia detalhado, até então, quais pastas seriam atingidas. Nesta quarta-feira (5), houve a confirmação de que a mais impactada seria o Ministério da Educação (MEC), de acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI).

No começo do ano, a UFMT já havia enfrentado bloqueio orçamentário de R$ 13 milhões. Depois, mais R$ 3,3 milhões ficaram parados por determinação do governo. No final, após liberações da União, o corte final no orçamento ficou em R$ 6,8 milhões.

As áreas mais afetadas pela restrição orçamentária são as despesas discricionárias, que são aquelas de livre empenho pela instituição, segundo a universidade.

Esse aperto na distribuição de recursos também recai sobre os institutos federais. O g1 procurou o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) para entender quais serviços e atividades podem ser comprometidas com a decisão do governo federal, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Pelas redes sociais, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) informou que o congelamento no orçamento coloca em risco todas as atividades acadêmicas.

“A diretoria da Andifes, que já buscava reverter os bloqueios anteriores para o restabelecimento do orçamento aprovado para 2022, sem os quais o funcionamento das universidades já estava comprometido, aduziu que este novo contingenciamento coloca em risco todo o sistema das universidades”, disse.

A Andifes ainda ressaltou que a situação pode ser revertida, se houver empenho do Ministério da Educação (MEC).

“Dada a gravíssima situação, fosse considerada a hipótese de o MEC absorver essa restrição de gastos das universidades com outras rubricas da pasta, tal como ocorreu no bloqueio anterior”, destacou.

Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (6), o ministro da Educação, Victor Godoy, negou que tenha havido um corte. “Quero deixar claro que não há corte, não há redução. Não há por que falar que vai haver paralisação”, afirmou.

A parte congelada no MEC deve ser desbloqueada em dezembro, de acordo com o governo.

Com G1 de Mato Grosso