Governo vai aguardar investigações para dar andamento a concurso da Segurança Pública
O governo de Mato Grosso se pronunciou nesta quinta-feira (24) sobre as investigações do Ministério Público Estadual (MPE) em relação as denúncias de irregularidades na realização do concurso da Segurança Pública do estado. O governo cobrou que as investigações sejam realizadas até junho.
As provas do concurso foram realizadas no último domingo (20). Segundo o governo, mais de 66 mil candidatos estão inscritos no certame.
Segundo o governo, o prazo para a homologação final do concurso público das forças de segurança pública continua previsto para junho, conforme o cronograma divulgado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O governo pede ainda que todas as denúncias recebidas sejam investigadas.
Nesta quinta, foi realizada uma reunião entre o MPE, UFMT e Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Segundo o governo, a Segurança Pública forneceu as informações solicitadas pelo MPE e se colocou à disposição dos promotores para auxiliar no que for necessário. Segundo o governo, o concurso da segurança está ativo.
O Ministério Público informou que recebeu por meio da ouvidoria, nesta semana, mais de 100 denúncias sobre supostas fraudes na organização do concurso.
Segundo o MP, enquanto as investigações não forem concluídas, o concurso não terá homologação final.
As denúncias serão apuradas por três promotorias de Justiça de Cuiabá, que atuam nas áreas do Patrimônio Público, Cidadania e Segurança Pública.
Ainda segundo o MP, a pedido de promotores de Justiça que atuam no caso, a Sesp-MT disponibilizou nesta quinta-feira as informações solicitadas e colocou a área de Inteligência à disposição para eventual apoio às investigações.
Vídeos e fotos com as irregularidades foram compartilhadas por inscritos no concurso.
Candidatos também recorreram contra erro de questões e aplicação das provas no site da universidade disponibilizados aos candidatos.
Segundo a UFMT, a prova foi aplicada em sete municípios de Mato Grosso e um do estado de Goiás, para mais de 66 mil inscritos. A universidade afirma que foram identificados problemas pontuais na aplicação, mas sem qualquer comprometimento à segurança ou validade do processo avaliativo.
A UFMT afirmou que contou com a inteligência da Polícia Civil para manter a ordem e combater tentativas de fraude e pessoas que tentaram burlar o exame, como o caso de Cáceres.
Deputados pedem anulação
Na terça-feira (22), a deputada Janaina Riva (MDB) fez um pedido de anulação do certame à Casa Civil e sugeriu que, caso as denúncias sejam confirmadas, o concurso deve ser anulado e uma nova data remarcada para a correção das falhas.
O deputado Elizeu Nascimento também citou irregularidades e anexou imagens que estão circulando na internet. Uma delas postada nas redes sociais da Polícia Militar mostra uma sala de aula e diz que houve muitas falhas no concurso. Ele pediu uma investigação formal do caso.
Ainda nesta quinta-feira, o deputado estadual Faissal Calil (PV) protocolou um pedido no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para suspender o concurso devido ao alto número de irregularidades apontadas.
Sete fatos que precisam de apuração, segundo os parlamentares:
- Pagamento realizado sem identificação no sistema, incorrendo na exclusão indevida do candidato na lista de divulgação do local de prova;
- Candidato que efetuou pagamento e não foi permitido realizar a prova, sob a justificativa de limitação de idade;
- Problema de identificação de candidatos na prova (ausência de coletor de digitais);
- Uso de equipamentos eletrônicos em sala e no banheiro;
- Inexistência de fiscalização para o porte indevido de equipamentos eletrônicos;
- Prisão de um cidadão na cidade de Cáceres por suspeita de estar realizando a prova no lugar de candidato inscrito;
- Fotos circulando nas redes sociais de imagens da sala de aula.
O concurso
As provas do concurso público das forças de segurança de Mato Grosso foram realizadas nesse domingo (20). Ao todo, 66 mil pessoas estavam inscritas.
O concurso, que foi prometido pelo estado desde 2016, foi realizado para formação de cadastro de reserva. Entretanto, o governo promete chamar 1.200 classificados ainda em 2022.
Os cargos de escrivão e investigador da Polícia Civil foram os mais procurados pelos “concurseiros”. Dos 66 mil inscritos, foram quase 34 mil somente na instituição.
Matéria originalmente publicada no site G1 de Mato Grosso