Grupo de policiais recusam a serem vacinados, deputado quer punição
Sem uma lei que determine a vacinação obrigatória contra a Covid-19, iniciativa que chegou a ser apresentada na Assembleia Legislativa, mas foi rejeitada, Mato Grosso já registra casos de servidores públicos que se recusam a tomar a vacina. A informação é do deputado estadual João Bastista (PROS), que diz ser favorável à punição na esfera administrativa, inclusive com abertura de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) contra esses servidores. Contudo, ele votou contra o projeto que previa a obrigatoriedade da imunização para todos os mato-grossenses.
O parlamentar, sem demonstrar preocupação a possíveis críticas por sua postura contraditória, revelou que existem casos de servidores se recusando a tomar a vacina, inclusive, no setor da segurança pública. João Batista é servidor de carreira do Estado com forte atuação no sistema penitenciário, segmento do funcionalismo público que o projetou politicamente após vários anos de atuação à frente do sindicato da categoria.
Conforme o deputado, não é possível saber quantos servidores já recusaram a vacina contra a Covid e nem dá pra afirmar com propriedade, a qual categoria eles pertencem. “Não temos ainda informações especificamente de qual categoria é. O que chegou pra nós é que existe alguns policiais que eles se recusam a tomar essa dose da vacina, mas não especificou qual categoria”, comentou João Batista durante entrevista.
“Eu já vi, inclusive, alguns comentários em grupos de WhatsApp e também chegaram informações através de de servidores, de que alguns colegas que não foram tomar e também dizem que não irão. Também eu já vi informativos das secretarias, das instituições convocando pessoal que não foi na semana anterior, que estava definido para aquele público, com aquela idade, para que não semana seguinte fosse procurar, mas mesmo assim alguns não estão indo buscar essa vacina”, disse o parlamentar.
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Enquanto exerce mandato eletivo, João Batista segue afastado de suas funções de servidor do sistema penitenciário, mas mantém contato direito com colegas servidores e lideranças sindicais. Por isso, recebe essas informações de quem está na ativa. “Pelo que chegou até a gente, por enquanto, embora seja um número muito pequeno, é que alguns dizem que a vacina não vai fazer a menor diferença e eles recusam a tomar”, comenta o deputado.
O próprio João Batista lembra que já teve projeto na Assembleia Legislativa que determinava a obrigatoriedade da vacinação para todos os mato-grossenses. “Eu particularmente votei contrário. Mas enquanto servidor público, acho que o servidor que se recusar deveria responder processo administrativo porque quando ele não cuida da saúde dele, está levando a doença para pessoas que não têm nada a ver com a decisão ideológica dele”, comenta o palamentar, demonstrando uma contradição entre sua postura adotada enquanto deputado apto a legislar sobre o tema e sua defesa de punição na esfera administrativa.
Diante da informação sobre servidores recusando a vacina, o deputado foi questionado se é a favor do afastamento desses trabalhadores de suas funções na linha de frente da pandemia. “Acho que não, o afastamento da linha de frente, na verdade, é um prêmio para o cara que não quer trabalhar. Acho que na verdade deve responder processo administrativo, ganhar nem que seja advertência, desconto no salário dele porque a obrigação dele é cuidar da imunização dele e cuidar da saúde do colega de trabalho também”, contrapõe o parlamentar.
“Já teve projeto aqui na casa, que inclusive, foi rejeitado, mas acho que os gestores das Pastas é que devem tomar medidas duras contra esse pessoal”, diz ele.
Com Folha Max