40 mil hectares foram destruídos pelo fogo no Pantanal
Duas áreas no Pantanal de Mato Grosso estão pegando fogo há cerca de duas semanas. Numa delas, os bombeiros estimam que mais de 40 mil hectares foram consumidos pelas chamas, na fronteira entre Brasil e Bolívia.
A dificuldade de acesso e as distâncias são alguns dos fatores que desafiam as forças-tarefas de combate ao fogo.
Ida Beatriz Machado de Miranda Sá, do Sindicato Rural de Cáceres, explica que a falta de água devido ao período de estiagem tem prejudicado o trabalho dos bombeiros.
“Animais, pastagens, todo investimento de cerca, galpões, isso tudo se perde e, principalmente água. Nós estamos no período de seca, não tem água pra atender. As vezes, o Corpo de Bombeiros não tem”, explica.
Três bases de apoio foram montadas em fazendas, que oferecem suas estruturas para o combate.
“Nós estamos com o maquinário, equipamento, pessoal, toda essa estrutura física, manutenção, e também o suporte para o Corpo de Bombeiros, com alimentação e água”, disse Ida Beatriz.
A fazenda mais proxima fica a 130 quilômetros de Cáceres, de onde chegam suprimentos e combustível para as viaturas. As estradas da planície alagável têm muita areia e pedra.
“É uma área muito grande, muito distantes as frentes de fogo uma das outras e foi necessário dividir em duas grandes equipes”, explica Michael Jackson Rodrigues Ataide, comandante da 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros.
Uma queda de temperatura nos últimos cinco dias ajudou no combate e fez o fogo perder a força, mas não está extinto. Um dos principais desafios no Pantanal é que o incêndio não acaba quando as chamas são controladas na superfície. É o chamado fogo subterrâneo.
Luciana Bragança Brandão da Silva, comandante regional do Corpo de Bombeiros, afirma que é um incêndio que permanece embaixo da terra, material combustível que ainda existe.
“Normalmente as equipes de bombeiros fazem combate superficial, são combates com sucesso. Porém, embaixo da terra permanece aquele material combustível no processo de queima e aí com os ventos fortes da região, tendo material combustível, o calor e o oxigênio, esses incêndios reiniciam.
Essas condições dificultam o combate ao fogo em outro ponto do Pantanal, na Transpantaneira, a região mais visitada no bioma em Mato Grosso.
Brigadistas voluntários que reforçam uma força-tarefa há 5 dias relatam em vídeos as dificuldades em campo.
Magnus Olzon, brigadista voluntário, ressalta que há muita fumaça no local.
“Fumaça, fumaça, bastante fumaça. Estamos completando o tanque para voltar para o local da queima de novo. O fogo pulou a estrada. Estava só de um lado da estrada, agora está dos dois lados, muito fogo”.