Livro sobre Padre Miguel Ortiz será lançado neste domingo

Será lançado no próximo domingo (27/02) um livro que conta um pouco da história do Padre Miguel, ex-engenheiro que abdicou da profissão para se dedicar à fé e se tornou conhecido pela sua vida simples e pelos trabalhos humanitários e sociais que realizou, além, é claro, de seu trabalho como líder religioso católico. Escrito pela historiadora Laci Maria Araújo Alves e pelo padre Volnei Luiz Weber, com apoio do bispo Dom Juventino Kestering, falecido no ano passado, a cerimônia de lançamento do livro “Padre Miguel Angel Rodas Ortiz: marcas de uma vida de santidade” acontecerá durante a missa matinal da Igreja Bom Pastor.

De acordo com a historiadora Laci Alves, que conviveu com o Padre Miguel por um bom tempo, e que tem uma filha que foi batizada pelo religioso, a ideia de escrever a obra contando um pouco das suas histórias surgiu logo após sua morte, ocorrida em 13 de junho de 2008, quando ele já tinha 85 anos.

“Nós conseguimos contato com a família dele e, como sempre fui apaixonada pelo Padre Miguel, sonhava um dia escrever sobre ele. E encontrei o Padre Volnei, que partilhava do mesmo sonho. Aí começamos a entrevistar pessoas que conviveram com ele e coletar material, a acabou dando tudo certo. O nosso objetivo é que as pessoas o conheçam melhor, que saibam que é possível ser santo, que é possível viver na santidade”, contou a autora.

Ela relembra que, apesar do temperamento forte, ele tinha uma ternura igualmente forte, que tocava o coração das pessoas, e o livro tenta contar isso aos leitores tanto com dados históricos e biográficos, mas também reúne diversos testemunhos de pessoas que conviveram com Padre Miguel. “Tantas coisas ele nos ensinou que nos sentimos na obrigação de deixar isso registrado”, completou Laci Alves.

O padre Volnei Weber conta ter convivido pouco com o personagem central do livro, mas de forma muito intensa. “Já conheci o Padre Miguel com uma certa idade, como seminarista. Então, só a partir de 2006, quando fui nomeado padre que fiquei mais próximo dele, mas vi de perto o jeito simples dele viver e o testemunho de vida, de santidade dele. De desapego, principalmente, que me levou a essa perspectiva de santidade. Comecei a perceber nele esses traços de santidade, nele mesmo, no seu testemunho de vida. Nos seus exemplos de despojamento de todas as coisas materiais, na sua simplicidade. Era a forma de viver dele”, explicou.

“E depois de sua morte, começaram a surgir relatos de experiências, como o de uma mulher que estava na UTI, em coma e sonhou com o Padre Miguel, porque estavam rezando por ela e pedindo a intercessão dele para ajudá-la melhorar. E depois do sonho, a mulher melhorou. Encontramos testemunhos de outras pessoas que pediram alguma graça e conseguiram”, externou o religioso.

Padre Volnei conta que todo o trabalho de levantamento histórico e dos testemunhos foi acompanhado pelo bispo Dom Juventino, motivo pelo qual ele consta como um dos autores da obra, como forma de reconhecer a sua contribuição para a consecução da obra.

PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO
Padre Volnei relata ainda que esse trabalho que resultou na obra que agora é lançada também tem como objetivo tornar o Padre Miguel conhecido por aqueles que, por algum motivo, não o conheceram em vida, mas principalmente começar a organizar material documental para embasar um processo de beatificação do religioso já falecido. “Esse processo é longo, mas começa assim, colhendo o testemunho das pessoas e documentando os casos das pessoas que conseguiram alguma intercessão sua – e não são poucos. E tudo contribuiu para que a gente fizesse essa compilação e contasse um pouco da história do padre Miguel”.

Para que esse processo de beatificação seja deflagrado, eles aguardam a nomeação do novo bispo para a Diocese, que deve assinar o documento e o enviar ao Vaticano, que então investigará os casos e relatos de milagres relacionados ao padre já falecido, para que seja declarada a sua beatitude e posterior reconhecimento de sua santidade. “Futuramente, ele vai ser um santo, que conviveu aqui coma gente, nas terras de Mato Grosso”, concluiu padre Volnei Weber.

Noticia e fotos originalmente publicados no site A TribunaMT