Morre Abílio Diniz, presidente e controlador do grupo pão de açucar
Abilio Diniz, 87 anos, morreu em São Paulo. Um dos empresários mais importantes e influentes do Brasil nas últimas quatro décadas, Abilio estava internado há cerca de um mês no Hospital Albert Einstein com pneumonia. Esteve na UTI do hospital durante todo este período.
Abilio estava de férias em janeiro em Aspen (EUA), se recuperando de duas cirurgias no joelho. Lá, começou a passar mal e retornou ao Brasil.
Foi durante quase seis décadas presidente e controlador do grupo Pão de Açúcar, fundado por seu pai. Depois de uma feroz disputa judiciária com seu sócio francês, o Casino, vendeu em 2013 sua participação na empresa, mas não deixou o varejo de supermercado.
Tornou-se sócio do Carrefour (ocupava a vice-presidência do conselho de administração do Carrefour Brasil e integrava o board do Carrefour mundial, onde era um dos maiores acionistas).
A Península, a empresa de participações da família Diniz, é atualmente o segundo maior acionista do Carrefour global. Detém 8,4% de participação e 13,73% do capital votante — à sua frente, somente a família Moulin. Abilio era o presidente do conselho da Península.
Amante dos esportes, Abilio se exercitava diariamente. Até submeter-se às recentes cirurgias no joelho, tinha uma rotina dura, de quase duas horas diárias de exercícios com peso e corridas na esteira. Era comum que Abilio desse conselhos sobre longevidade, cuidados com a saúde e sugestões de rotinas de exercícios a seus interlocutores — fossem eles políticos, jornalistas ou funcionários.
A este colunista, por exemplo, numa conversa em seu escritório da Avenida Faria Lima, no ano passado, sugeriu não deixar de montar uma série de exercícios para fortalecer as pernas: “É importante pernas firmes para quando chegar a velhice, previne quedas”.
Era um fanático torcedor do São Paulo. Assistia pela TV aos jogos do time e tinha por hábito ligar para treinadores e dirigentes do clube para dar palpites.
Em 11 de dezembro de 1989, Diniz foi vítima de um sequestro em São Paulo que durou seis dias. Seus sequestradores, procedentes de vários países sul-americanos, foram presos.