Morre matriarca da família campos, mais uma vitima do covid

Morreu hoje quinta-feira (11/02) Amália Curvo de Campos, mãe dos ex-governadores de Mato Grosso, Júlio e Jayme Campos. Ela é mais uma vítima da Covid-19 em Mato Grosso.

“Dona Amália”, como era conhecida, estava internada no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá. Por conta da idade avançada, era do grupo de risco para a doença.

Nas redes sociais, o senador Jayme Campos (DEM) prestou homenagem à mãe. “Uma mulher carinhosa, uma mão amorosa que deixa um legado de muito amor. JUnto ao inesquecível Seo Fiote, meu saudoso pai, constituíram uma bonita família de 10 filhos, 23 netos e 30 bisnetos”, escreveu Jayme.

O senador também lembrou que a mãe teve atuação política. Ela foi primeira-dama da cidade de Várzea Grande nas décadas de 50 e 60. “Ela participou ativamente da política mato-grossense, ajudando na fundação dos partidos PSD, ARENA, PFL e DEM”, assinalou.

“Meu coração está partido, agradeço a Deus por ter sido gerado, formado e educado por esta simples e forte mulher. Tenho 69 anos anos de vida e, se sou o que sou, é pela graça de Deus e por ter tido Dona Amália como mãe”, completou o senador.

O ex-governador Júlio Campos, filho mais velho de Amália, também lamentou a morte da mãe. “Tenho certeza que já está nos braços de Deus e da Virgem Maria. Obrigado Jesus por ter me dado a opurtunidade de conviver e amar essa mãe por 74 anos da minha vida. Amém”

Por conta da pandemia da Covid-19,não haverá velório da ex-primeira-dama de Várzea Grande. O cortejo fúnebre sairá diretamente do Hospital Santa Rosa para o cemitério São Francisco, na região central de Várzea Grande, às 11h30.

Amália Curvo de Campos

Vaidosa e ao usar um conjunto bem alinhado de linho, colares e brincos de pérola, Amália Curvo de Campos, 93 anos, usava uma bengala como apoio para caminhar, mas se engana quem acha que ela era uma mulher frágil. Amália tinha convicções políticas e um tom de voz firme ao lembrar do seu passado como uma criança curiosa, estudante de enfermagem, parteira doula, esposa e, agora, viúva, de Júlio Domingos de Campos, o “Seo Fiote”, que foi vereador e prefeito por duas vezes de Várzea Grande. Saudosa, ela lembra que os dois se casaram na Igreja São Gonçalo no bairro Porto de Cuiabá e, juntos, tiveram dez filhos, entre eles, os ex-prefeitos e também ex-governadores, Júlio Campos e Jayme Campos, ambos filiados ao DEM. Amália, que se declara uma apaixonada por política desde sempre, diz que teve o privilégio em poder estudar e seguir carreira, reconhece as desigualdades sociais entre homens e mulheres, mas aconselha que quem quer “fazer a diferença”, que corra atrás de seus sonhos e conquiste, sem exitar, seus objetivos. Era católica fervorosa e se dizia devota de São Benedito e Sant’ana. Nasceu em 1925, filha de João Alberto Curvo e Ana Antônia Curvo de Figueiredo, na fazenda de Jacundá em Nossa Senhora do Livramento.

Era enfermeira, formada antes de me casar. Quando foi pedida em casamento aos 17 anos, ela disse que teria que esperar eu estudar, aos 18 anos Júlio Domingos (Seo Fiote), me pediu de novo e, prestes a completar 19 anos, eu aceitei. Fiquei dois meses noiva e depois me casei com ele, continuei atuando como enfermeira, ajudei pessoas das formas que pude, fiz mais de vinte partos e fundei o Centro de Especialidade de Várzea Grande, uma puericultura e um posto de saúde. Antes deste centro, as pessoas tinham que atravessar o Rio Cuiabá à barco, pois nem a ponte existia, elas precisavam ser atendidas em Cuiabá. Foi com este posto de saúde que a saúde passou a funcionar em Várzea Grande. Além disso, fundei Jangada, que antes era um distrito de Acorizal, tem outros feitos, mas os que me lembro agora são estes, disse dona Amália em entrevista ao site RD News em 2018.

Deixou um grande legado a todos nós matogrossenses, desejamos um bom descanso a esta grande senhora que orgulha a todas as mulheres de nosso Estado.