Morre o renomado artista plástico matogrossense, Adir Sodré

Morreu nesta segunda-feira (10/08), em Cuiabá, o artista plástico Adir Sodré, de 58 anos, um dos mais renomados de Mato Grosso. Suas pinturas colorem e embelezam muitas áreas da capital, incluindo alguns viadutos.

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele teve um infarto na frente da casa onde morava.

Adir nasceu em Rondonópolis em 1962, mas passou quase toda a vida em Cuiabá.

O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Alberto Machado, lamentou a morte, por meio de nota.

“É uma imensa perda para a cultura mato-grossense. Um homem que sempre esteve além do seu tempo. Um artista com um potencial incrível e que teve sua arte reconhecida, não apenas em Mato Grosso, mas no Brasil e no Museu de Arte Moderna de Paris. Adir Sodré fará muita falta para a nossa cultura e para os amigos e familiares”,disse.

O local do velório do artista ainda não foi informado.

Arte de Adir Sodré — Foto: Divulgação

As pinturas dele são um registro da vida cotidiana nos bairros populares de Cuiabá e também da paisagem regional. Produz obras com temática social de caráter irreverente. Em trabalhos da década posterior, revela admiração pelo pintor francês Henri Matisse, usando cores puras e elementos decorativos em obras nas quais o erotismo é muito presente, como em Falos e Flores (1986) ou Orgia das Frutas (1987).

As suas obras são recheadas de elementos exclusivos do seu estilo como a melancia-vagina, montanha-seios, pênis-borboletas, num transbordante processo de erotização da natureza.

Em sua produção aborda temas relacionados à cultura regional e questões acerca dos povos indígenas.

Adir Sodré de Souza já participou de exposições coletivas organizadas pelo Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT. Participou também, entre outras, das coletivas ‘Como Vai Você, Geração 80?’, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1983, e Modernidade, Arte Brasileira no Século XX, no Museu de Arte Moderna de Paris, em 1987.

Produz também retratos de personalidades, partindo da reprodução fiel da fisionomia, mas fazendo uso do humor.

A partir da década de 1980, Adir Sodré inclui em suas obras temáticas relacionadas aos povos indígenas, à invasão causada pelo turismo em determinadas regiões do Brasil e ao consumismo, esse último exemplificado no quadro Dolores Descartável (1984).