Movimentos sociais acendem 500 velas em homenagem aos mais de 500 mil mortos por covid

Membros da sociedade organizada de Cuiabá realizaram nesta quarta-feira (23/06) um ato em homenagem aos mais de 500 mil mortos em decorrência da Covid-19 no Brasil. Em Mato Grosso, até esta quarta-feira, foram registradas 11.796 mortes desde o início da pandemia. Na praça do Rosário e São Benedito, em Cuiabá, 500 velas foram acesas.

Segundo o sociólogo Inácio Werner, um dos organizadores do evento, por trás de cada morte há uma família inteira sofrendo.

“Esse evento acontece no Brasil inteiro desde sábado (19) quando a gente atingiu, infelizmente, a marca de 500 mil mortes. É uma homenagem aos 500 mil mortos. Movimentos sociais, igrejas. Todos preocupados com esse alerta, mas também para prestar solidariedade às famílias. Por trás de cada número há uma família que perdeu um ente querido, as vezes alguém que sustentava a família e essa também é uma preocupação. É uma dor coletiva e precisamos unir as forças para superar essa dor que estamos vivendo”, disse.

Uma das pessoas que fez questão de comparecer foi Rafael Vitaliano, que perdeu a mãe, do pai e da avó para a Covid-19 em um intervalo de 10 dias, em Cuiabá. André soube da morte do pai sete dias após perder a mãe. Eliana era mãe de Rafael, do André e do José. A Covid-19 levou metade da família deles. O marido de Eliana, Roosivelt Coelho, de 61 anos, morreu sete dias depois da mulher, também por coronavírus.

A aposentada Nelzira Carvalho, de 80 anos, mãe de Eliana, morreu dez dias depois da filha.

As mortes da mãe, do pai e da avó ocorreram em um intervalo de 10 dias e todos foram internados na mesma época.

“Infelizmente no início de março minha avó apresentou os primeiros sintomas e, após sete dias, a minha mãe e o meu pai também apresentaram. Iniciaram o tratamento em casa e depois pioraram. Nós buscamos a internação e mesmo no pico da segunda onda conseguimos leitos de UTI para os três, mas apesar de todas as orações eles nos deixaram. Fica a saudade, a vontade que não sejam esquecidos, que não seja em vão. Minha mão faleceu no dia 23 de março, meu pai faleceu no sétimo dia da minha mãe, dia 29, e minha avó faleceu no dia 2 de abril”, conta.

A homenagem foi promovida pelo Fórum de Direitos Humanos e da Terra, com a participação de outras entidades.

Com G1 de Mato Grosso.