Mulher confessa ter pago R$ 60 mil para matar seu marido, e diz que era agredida
A empresária Ana Cláudia Flor confessou em depoimento a Justiça, nesta quinta-feira (24/02), que pagou para matar o marido, o empresário Toni Flor. Ele foi assassinado em 11 de agosto de 2020, no momento em que a vítima chegava a uma academia, no Bairro Santa Marta, em Cuiabá.
Segundo a empresária, a encomenda do crime foi feita porque ela teria sido agredida pelo marido, nova versão apresentada do fato. Destacou que Toni teria feito ameaças a uma das filhas do casal. Então, a mulher procurou por Igor Espinosa, contratado para executar Toni.
Ela afirmou ao juiz Flavio Miraglia Fernandes que encomendou o crime depois de uma briga, mas que depois se arrependeu. Porém, o marido foi executado.
Depois do crime, Ana Cláudia Flor disse que passou a ser cobrada e fez o pagamento pelo crime em um posto de gasolina, em frente a Rodoviária de Cuiabá.
Para demostrar que se arrependeu de ter praticado o crime, a mulher disse que ficou ao lado do marido quando ele ficou internado e depois da morte pediu os avanços das investigações.
Segundo a mulher, quando o marido morreu ela sentiu alívio.
“Todos os dias nós temos casos de feminicídio na mídia. Mas, no meu caso parece que eu sou um monstro”, afirmou.
Sob encomenda
Três homens teriam sido contratados pela empresária e, após o crime, a arma foi jogada no Lago de Manso. A princípio, a suspeita era que Toni teria sido confundido com um agente da Polícia Federal.
De acordo com o delegado, o homem que efetuou cinco disparos contra Toni confessou que Ana Cláudia negociou o valor de R$ 20 mil para cada criminoso.
Segundo ele, essa negociação foi feita durante uma videochamada.
O delegado disse ainda que o interesse da mulher na herança e a tentativa de esconder outro relacionamento podem ter motivado o crime. Em 2019, Ana registrou um boletim de ocorrência onde afirmou que foi agredida por Toni após ele flagrar uma conversa dela com outro homem pelo WhatsApp.
A polícia investiga se há ligação dos supostos amantes com o crime.
De acordo com o delegado, algumas perguntas feitas por Ana Cláudia causaram estranheza. Ela teria questionado se havia imagens do local e se apenas a confissão do atirador poderia condenar alguém. Ela está presa desde agosto de 2021.
Morte
Toni foi assassinado a tiros quando chegava à academia, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. O suspeito estava em frente ao estabelecimento, de cabeça baixa, e perguntou pelo nome dele e, quando ele respondeu, foi baleado.
A vítima correu para o interior da academia, sendo socorrida e encaminhada para o Hospital Municipal de Cuiabá, com quatro ferimentos.
Toni chegou ao hospital consciente, sendo encaminhado imediatamente para cirurgia, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.