Revoltante, no dia da Liberdade de Imprensa, Bolsonaristas agridem jornalistas

Uma turba de fãs de Jair Bolsonaro chutou e esmurrou o fotógrafo Dida Sampaio e atacou o motorista Marcos Pereira, ambos do jornal O Estado de S.Paulo. Outros profissionais de imprensa foram empurrados e xingados. Enquanto isso, da rampa do Palácio do Planalto, o ocupante da Presidência da República sorria e acenava para uma multidão que pedia o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional e o fim das medidas de isolamento social contra o coronavírus. Em suma, ditadura e morte. Alertado que jornalistas estavam sendo atacados, Bolsonaro não manifestou descontentamento. Apenas criticou a TV Globo. E, dessa forma, o Brasil festeja com fascismo o Dia Mundial da celebrado neste domingo (3). Nas redes sociais, o presidente disse que chegou ao seu limite e que tinha as Forças Armadas a seu lado.

Um grupo de enfermeiros já havia sido agredido, nesta sexta, por outros fãs do presidente. A razão: defendiam a manutenção de quarentenas para reduzir o ritmo de contágio da pandemia. Sim, em 2020, profissionais que estão enfrentando a Covid-19 são atacados na rua por defenderem ciência no lugar do obscurantismo.

Parte da militância bolsonarista age como milícia, não apenas nas redes sociais, mas também na vida offline. Atua para silenciar e punir aqueles que criam embaraços ao seu líder ou que questionam as ideias que ele sustenta. Não foi por falta de alerta.

Não foi por falta de alerta. Ao longo da campanha eleitoral de 2018, avisamos que essa seria uma das partes assustadoras do dia seguinte à abertura das urnas: saber que grupos e milícias de extrema-direita, que operavam ainda com algum pudor, se sentiriam fortalecidos para agir à luz do dia com a vitória de um candidato que pregava o ódio como instrumento político….

Artigo do Jornalista Leonardo Sakamoto do Uol