Operação destrói maquinário avaliado em mais de R$ 17 milhões utilizado para extrair ouro ilegal em terra indígena

Vinte e duas pás carregadoras avaliadas em mais de R$ 17 milhões, 39 motores estacionários, duas bombas d’água, um gerador e duas britadeiras foram destruídas, durante a “Operação que Ouro Viciado”, para combater a extração ilegal de ouro e desocupação da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, neste domingo (14/04).

Segundo a polícia, foram realizadas barreiras nas principais vias de acesso à terra indígena e incursões pelas matas e áreas atingidas pelos garimpeiros. As investigações continuam, procurando identificar os responsáveis por financiar atividades ilegais e desmantelar financeiramente a organização criminosa.

A extração de ouro ilegal financia diretamente a degradação do meio ambiente, dizima a população indígena na região e polui os rios que abastecem os municípios, gerando danos econômicos, sociais e ambientais. o garimpo na Sararé é o maior do Brasil, ainda conforme a PF.

A operação é uma ação conjunta da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército Brasileiro, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Cento Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e Força Nacional, e contou com duas aeronaves e embarcações, para transporte das equipes às áreas de interesse operacional.

No início de 2023, uma operação da Polícia Federal desmontou garimpo ilegal na terra indígena Sararé, com objetivo de reprimir a atividade criminosa de extração ilegal de ouro e de usurpação de bens da União.

Em setembro do mesmo ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também destruiu, ao menos, 16 escavadeiras hidráulicas e uma balsa de mergulho usadas em garimpos ilegais na Terra Indígena Sararé, em Conquista D’Oeste, a 571 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, dois suspeitos foram presos no local.

Já em dezembro de 2023, cerca de R$20 milhões em maquinários e utensílios ilícitos ambientais de extração ilegal de ouro também foram destruídos durante a Operação Ágata Fronteira Oeste II. Dois mandados de busca e apreensão em propriedades rurais que fazem limite com a Terra indígena que podem ser usadas como base para os criminosos e acesso ilegal ao território indígena, tanto de pessoas quanto dos maquinários, foram cumpridos.

Na região da Terra Indígena, a Polícia Federal realizou várias fases da operação para desativação de garimpo ilegal. A primeira foi em maio de 2020, quando policiais desocuparam um garimpo ilegal de ouro na região. Porém, após a saída das equipes, os garimpeiros invadiram o local novamente.

A segunda etapa foi deflagrada em março de 2021 e apreendeu instrumentos usados na exploração clandestina. A desocupação foi determinada pela Justiça de Cáceres, e foi realizada por 50 policiais federais e mais de 100 militares do Exército Brasileiro.