Operação prende familiares de detentos que ajudavam a organização criminosa na fronteira do estado

Os familiares de alvos da “Operação Cognato” ajudavam em transações bancárias da organização criminosa presa por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e roubos e furtos em Mato Grosso. Foram cumpridos 99 mandos de prisão e busca e apreensão contra o grupo que atuava em regiões de fronteiras no estado.

Segundo a promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Cáceres, Liane Amélia Chaves, as mulheres e familiares de duas lideranças que controlavam o tráfico ajudavam a controlar as transações bancárias realizadas pela organização.

“Foram 8 mulheres, algumas são irmãs, esposas e mães dos alvos e elas que fazem a movimentação financeira dessa organização porque muitas vezes os maridos estão presos, os filhos e, além disso, a própria família”, disse.

A delegada Bruna Carolina Fernandes de Laeft da Delegacia de Fronteira explicou que as investigações começaram por meio das mulheres das lideranças e por contato telefônico.

“Esses presos mesmo na cadeia controlavam o tráfico dentro e fora por meio de ações e aparelhos telefônicos utilizados no sistema penitenciário. A outra parte da investigação se iniciou na Delegacia Especial de Fronteira (Defron) a partir de flagrantes de drogas aqui na cidade e se foram juntados os elementos e identificados outros envolvidos. Esses alvos acabaram se coincidindo porque quando se buscou quais os envolvidos dos dois núcleos, eles se entrelaçavam, seja na própria venda de drogas ou por relações financeiras”, disse.

Segundo a delegada, de 38 mandados de prisão cumpridos, 12 foram em Cáceres, a 205 km de Cuiabá, sendo sete dentro das penitenciárias masculina e feminina.

A Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriram 38 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão e 18 bloqueios de bens e valores, em Rio Branco, Salto do Céu, Várzea Grande, Cuiabá, Tangará da Serra, Sinop, Lucas do Rio Verde, Porto dos Gaúchos, Nova Maringá e Água Boa.

Ainda de acordo com a polícia, entre os alvos estão dois dos chefes da organização criminosa, sendo um deles o responsável por controlar o tráfico de drogas em Cáceres, Nova Maringá, Porto dos Gaúchos e Nova Lacerda, e o outro comandava a ação dos demais integrantes de dentro de uma penitenciária.

O trabalho é uma força-tarefa permanente, composta pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo, realizado pela Unidade Regional do Gaeco de Cáceres e Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron).

Nome da operação

O nome da operação faz menção à origem da investigação, que é resultado da junção de elementos de provas coletadas pelo Gaeco e Defron sobre a organização criminosa.