Pai que matou filho a paulada por causa da venda de um video game foi condenado a 12 anos de cadeia
Um pai acusado de agredir e matar o próprio filho de 14 anos, com pauladas na cabeça, foi condenado a 12 anos de prisão, nessa segunda-feira (1º), pela Justiça mato-grossense. O crime aconteceu em março de 2017, no Bairro Altos do Coxipó, em Cuiabá.
Durante a sessão no Tribunal do Júri da capital, Manoel Francisco Barroca foi julgado por homicídio duplamente qualificado. O Conselho de Sentença acolheu a tese do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e reconheceu que o crime foi cometido por motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima.
Segundo o MPMT, na época do crime, a vítima chegou em casa decidido vender o videogame que havia ganhado da mãe, para consertar o celular. O pai discordou da decisão e houve uma discussão.
Momentos depois, o pai saiu da casa e voltou segurando um pedaço de pau na mão, dizendo ao filho que ele não iria vender o videogame e ameaçou quebrar o aparelho. O filho então jogou o videogame no chão e o pai golpeou a vítima no pescoço, que caiu desacordada.
“ Segundo o réu, sua intenção era dar uma reprimenda educativa ao filho. Pois bem, os jurados reconheceram que quem merece uma reprimenda educativa é o próprio réu”, disse o promotor de Justiça Roberto Arroio Farinazzo Junior.
Relembre o caso
Em março de 2017, Manoel Francisco Barroca foi preso suspeito de ter agredido o filho dele, de 14 anos. À Polícia Militar, ele disse que ele e o adolescente trocaram agressões e que deu um empurrão no garoto, que bateu a cabeça no corrimão da escada.
Logo após a morte do filho, a mãe tinha dado a mesma versão do marido, de que ele tinha sofrido uma queda da escada. No entanto, o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) não apontou essa suposta queda como causa.
Durante as investigações sobre o caso, a mulher entrou várias vezes em contradição, até que confessou que o marido tinha matado o filho a pauladas depois dele se envolver em uma discussão. Com base em provas da autoria do crime, a Delegacia Especializada de Defesa da Criança e Adolescente (Deddica) pediu e a Justiça determinou a prisão preventiva dele.
Em 2018, em audiência de custódia, ficou decidido que Manoel Francisco Barroca seria monitorado por tornozeleira eletrônica até o julgamento.