Pedreiro foragido por morte de adolescente é preso 13 anos após o crime
Um pedreiro de 41 anos foi preso pela Gerência Estadual de Polinter e Capturas, da Polícia Civil, na sexta-feira (19/04), suspeito de ser um dos autores do assassinato de Maiana Mariano Vilela, ocorrido em dezembro de 2011, em Cuiabá. A identidade dele não foi divulgada.
O mandado de prisão por homicídio foi determinado pela 2° Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande. A polícia disse que o foragido estava trabalhando como pedreiro, na capital, e foi localizado no Bairro Barreiro Branco.
Na época do assassinato, a vítima estava com 16 anos. A morte, segundo investigações da Polícia Civil, foi encomendada pelo empresário Rogério da Silva Amorim, condenado em 2016 a 20 anos de prisão, mas solto uma semana após o julgamento, após pedido da defesa. Outros dois homens também respondem pelo crime.
A polícia informou que o quarto suspeito do assassinato foi levado à Polinter e agora está à disposição da Justiça.
Relacionamento, desaparecimento e morte
Conforme as investigações, Maiana e o empresário Rogério mantiveram um relacionamento extraconjugal por aproximadamente um ano e estavam vivendo juntos havia cinco meses, em regime de união estável, quando o assassinato foi cometido.
Maiana desapareceu no dia 20 de dezembro de 2011, no dia em que a mãe viajou para a casa da avó, no Paraná, com uma passagem paga pelo empresário e então namorada da adolescente.
Segundo o Ministério Público (MPMT), no dia do homicídio, o empresário teria mandado Maiana descontar um cheque de R$ 500 e levar o dinheiro para um chacareiro. Ela foi ao banco com uma moto que tinha ganhado do empresário e, depois, se dirigiu à chácara.
De acordo com o MP, a jovem foi morta na chácara e teve o corpo colocado dentro de um carro de passeio e, em seguida, deixado na região da Ponte de Ferro. Os restos mortais da adolescente foram encontrados no dia 25 de maio de 2012, cinco meses após o crime.
Julgamento e condenações
Três réus acusados de assassinar e ocultar o cadáver de Maiana foram condenados pelo Tribunal de Júri, em Cuiabá, em 2016. O júri durou dois dias.
Durante a fase de interrogatório dos réus, somente Rogério não confessou participação no assassinato. Ele disse que o relacionamento com a adolescente era “maravilhoso” e relatou ter conhecido Maiana em uma boate e que, a princípio, não sabia que se tratava de uma adolescente.
Paulo Ferreira Martins, de 44 anos, acusado de ter sido contratado para matar a adolescente, afirmou, no interrogatório, que cometeu o crime durante uma discussão com a vítima. Já Carlos Alexandre da Silva, de 34 anos, disse, em depoimento, ter ajudado Paulo a enterrar o corpo da vítima.
O empresário que mantinha um relacionamento com a vítima foi sentenciado a 20 anos e 3 meses em regime fechado como mandante do crime e por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recompensa e meio que dificultou a defesa da vítima).
Já Paulo Ferreira Martins, de 44 anos, que confessou ter asfixiado a adolescente, foi condenado a 18 anos e 9 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, também em regime fechado. Carlos Alexandre da Silva, de 34 anos, que confessou ter ajudado a enterrar o corpo da adolescente, foi condenado a um ano e seis meses em regime aberto.