PF faz operação contra exploração ilegal de diamantes em terra indígena
A Operação Escavadores foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (1º) pela Polícia Federal nos estados de Rondônia e Mato Grosso para combater um grupo criminoso suspeito de extrair e comercializar ilegalmente diamantes da Reserva indígena Roosevelt.
São cumpridos em Cacoal (RO) e Sorriso (MT) quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Federal de Vilhena (RO).
Segundo a PF, a investigação começou em novembro de 2020, depois de uma ação da própria corporação que apreendeu 184 pedras de diamantes extraídos da Reserva Indígena Roosevelt. Esses diamantes estavam na posse de um dos investigados que foi preso em flagrante.
A partir dessa apreensão, a PF diz que intensificou as apurações e identificou os principais membros do grupo criminoso, entre eles, um ex-coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) que foi preso preventivamente.
Os investigados responderão por associação criminosa, usurpação de bem da União, extração ilegal de minério sem autorização do órgão competente, dano em unidade de conservação e falsidade ideológica.
Entre as apreensões estão documentos, ouro e armas irregulares.
Reserva Roosevelt
A reserva Roosevelt, de onde os diamantes eram extraídos pelos criminosos, tem uma área de 231 mil hectares e fica localizada entre a divisa de Rondônia e Mato Grosso. Na área existem dois povos indígenas, entre eles o Cinta Larga.
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), o povo Cinta Larga tem parte de sua área situada a leste de Rondônia e noroeste de Mato Grosso. Os grupos estão localizados administrativamente em quatro áreas: Terra Indígena Roosevelt, Parque Aripuanã, Terra Indígena Aripuanã e Terra Indígena Serra Morena, com cerca de 1.086 pessoas nas quatro áreas, conforme senso de 2000.
Um estudo da Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, aponta que as terras indígenas do povo Cinta Larga, principalmente a terra Aripuanã, é uma das maiores jazidas de kimberlito do mundo. Kimberlito é considerada a rocha matriz do diamante.
Com G1 de Mato Grosso