Polícia Civil cumpre 36 mandados de busca e apreensão contra esquema de jogo do bicho
A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (27/05), a operação ‘Jogatina II’ e cumpre 36 mandados de busca e apreensão em pontos identificados como de jogo do bicho nas cidades de Barra do Garças (MT), Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO).
As investigações apontaram a a existência de numerosos cambistas que atuam na região central do de Barra do Garças, concretizando apostas ilegais relacionadas a jogos de azar.
A operação deflagrada com base em investigações da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças é um desdobramento da Operação Jogatina, realizada em 2012, que desarticulou um esquema que controlava e explorava o jogo do bicho na cidade.
As informações chegaram à Polícia Civil através de informes e denúncias anônimas via 197, sendo iniciado o trabalho investigativo que constatou a veracidade dos fatos informados, identificando a atuação de diversas pessoas que utilizam uma espécie de máquina, similares as de cartões convencionais, para materializarem a loteria ilegítima.
Como funcionava
As investigações apontaram que a prática ilícita ocorre de forma muito bem organizada pelos participantes e de forma exposta para todos os interessados em participar da ‘loteria’.
Durante as diligências, foram identificados 24 cambistas responsáveis por colherem as apostas, sempre acompanhados da máquina de registro, coletores, os quais compareciam nos pontos de venda, retiravam os extratos de apostas, conferiam os valores e repassavam o pagamento ao operador, levando todo o dinheiro e as apostas para o ‘escritório’.
A estrutura do jogo tem três níveis de hierarquia. Os bicheiros ou anotadores são a face mais visível do negócio: vendem as apostas com seus bloquinhos e carimbos.
Os gerentes são contadores que cuidam dos bicheiros de determinada área, intermediando o contato e o fluxo de dinheiro aos banqueiros (também conhecidos como bicheiros), a elite financeira do jogo.
Para o deferimento das ordens judiciais, foram apresentados fortes indícios do cometimento da contravenção, elencando a forma como é sistematizada a sua realização.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Adriano Marcos Alencar, a estruturação do ilícito faz diante de uma ‘organização contravencionista’, com estrutura muito bem organizada, de alcance ainda inimaginável, sem mensurar os grandes prejuízos às vítimas e a geração de lucros ilícitos aos destinatários.
A maioria dos suspeitos já possuem antecedentes criminais pela mesma contravenção.
De acordo com o delegado, os jogos de azar influem na arrecadação fiscal, pois não possuem o controle do estado, além do que, a lisura da jogatina fica comprometida, pois não existe órgão de controle fiscalizador sobre as apostas.
O delegado destacou ainda que o fato de ser praticado de forma reiterada em diversos locais não afasta o caráter ilícito do jogo do bicho.
Com G1 de Mato Grosso