Policial, vereador e fiscal da prefeitura estão entre alvos de operação que mira facção responsável por lavagem de dinheiro em casas de shows 

vereador de Cuiabá Paulo Henrique de Figueiredo, o policial penal Luiz Otávio e o fiscal da Secretaria Municipal de Ordem Pública, Rodrigo Anderson Rosa, estão entre os alvos de busca e apreensão da Operação Ragnatela, deflagrada nesta quarta-feira (05/06), que investiga uma facção criminosa de Mato Grosso responsável por promover shows nacionais e lavar dinheiro em casas noturnas da capital.

O gabinete do vereador informou que ainda não teve acesso ao processo de investigação e que, por isso, não vai se manifestar. Em nota, a Secretaria de Ordem Pública informou que vai abrir procedimento interno para investigar a conduta do agente de fiscalização. Já a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) disse que vai investigar o policial por meio de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).

Segundo a polícia, com o policial, foi encontrada uma arma com numeração raspada e, por isso, ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Ele e o fiscal foram afastados do cargo público.

A operação cumpriu sete mandados de prisão e 36 de busca e apreensão, incluindo os três citados, em Mato Grosso e no Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais, informou a PF. O oitavo alvo de prisão está foragido.

Dois alvos foram presos no Rio de Janeiro, após fugirem do estado. Um deles é considerado o principal líder da facção criminosa investigada, atualmente em liberdade, e estava viajando com documentos falsos, ainda segundo a polícia.

Investigações

Conforme investigações, os criminosos participavam da gestão das casas noturnas e, com isso, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

As investigações revelaram que os criminosos teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá, por R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro das atividades ilegais e, com isso, o grupo começou a fazer shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeado pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promotores de eventos.

Os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias, ainda de acordo com as investigações.

A polícia também identificou a participação de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação.

Além disso, um esquema para levar celulares dentro de presídios, transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário também foram identificados.