Nível dos reservatórios de Centro-Oeste é o menor desde 2015
O volume de água nos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste ao final de janeiro foi o mais baixo para o mês desde 2015, apontam dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
No domingo (31), os reservatórios dessas hidrelétricas, responsáveis por mais da metade da energia produzida no país, registravam armazenamento médio de 23,24%.
Ao final de janeiro de 2015, o volume médio nessas represas estava em 17,04% — a quantidade de água que chegou aos reservatórios das hidrelétricas das duas regiões foi a menor para o mês em 85 anos.
Procurado, o ONS informou que não há risco de faltar energia no Brasil em 2021. Já o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, disse que desde o ano passado estão sendo adotadas medidas para garantir a segurança energética do país e permitir a retomada do crescimento econômico após a crise gerada pela pandemia.
O baixo nível dos reservatórios é reflexo das chuvas abaixo da média nas duas regiões. E essa situação já provoca o encarecimento das contas de luz em todo o país.
Na sexta (29), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira amarela, em vigor nas contas de luz em janeiro, continuaria a ser cobrada em fevereiro, o que significa uma taxa extra de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A cobrança da bandeira tarifária sinaliza que o custo da produção de energia no país subiu. Isso acontece porque, em situações como a atual, o governo reduz a geração das hidrelétricas com o objetivo de poupar água e, no lugar, para atender à demanda, aciona mais termelétricas, que produzem energia mais cara.
O período chuvoso nas duas regiões vai de novembro a abril, portanto a situação dos reservatórios deve registar melhora nos próximos meses. Entretanto, a recuperação pode não ser suficiente para evitar a manutenção da cobrança da bandeira tarifária e, consequentemente, o custo mais alto da energia no país ao longo de 2021.