Sintep se reúne e ameaça greve para não retomar aulas presenciais
Com um percentual próximo a 15% da população imunizada (duas doses ou dose única de vacina) contra a Covid-19, em Mato Grosso, o governo do estado manifesta segurança para retomar às aulas presenciais na rede estadual. Por decreto governamental fica estabelecido que a partir do dia 3 de agosto, 50% dos estudantes retornarão para as escolas estaduais, algo em torno de 350 mil pessoas voltando a circular no estado.
Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep/MT) a ação do estado é irresponsável e tenta imprimir a normalização do quadro de contaminação e mortes pela Covid-19. Entre as incoerências do governo, o Sindicato cita o termo que deverá ser assinado pelos pais e responsáveis, se responsabilizando por deixarem os filhos na escola.
Todos os questionamentos, assim como encaminhamentos das redes municipais estarão em debate nos dias 31 de julho e 2 de agosto. Data em que Sintep/MT realizará o Conselho de Representantes e Assembleia Geral, respectivamente, para definir o posicionamento dos trabalhadores da educação, frente à decisão do governo. “O estado registrou pelo menos 15 municípios com risco alto de contágio. E, apesar da queda lenta e gradual no número de internações e mortes, com a vacinação, o retorno das aulas de maneira homogênea, no estado, poderá trazer mais transtornos do que benefícios para os estudantes”, destaca o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.
Para o dirigente, existem municípios em que os índices de imunização dos profissionais da educação e da própria população aliviam o risco, pois a segurança sanitária foi alcançada com 70% da população imunizada – como orientam os órgãos de Saúde. Contudo, essa não é a realidade em todo o estado. “Mato Grosso figura no primeiro lugar do ranking nacional por mortes em decorrência da Covid-19. Foi registrado a circulação da variante Delta (alto índice de contágio). E mesmo diante desse cenário minimiza a pandemia, mesmo diante de 12 mil óbitos e alta da taxa de ocupação de UTIs. É muito grave”, assevera Valdeir.
Além do quadro epidemiológico, o Sintep/MT destaca entre as ameaças outras medidas adotadas pelo governo Mauro Mendes na pandemia. “O governo menospreza as tentativas de diálogo encaminhadas pelo Sindicato, com mais de 12 ofícios protocolados e ignorados; desconsidera com atos e palavras o trabalho remoto executado pelos professores; e tenta, numa atitude aligeirada e equivocada, trazer para o senso comum a ideia de que o retorno presencial dos estudantes assegurará a qualidade pedagógica e o direito à educação”, conclui.
Com Folha Max