Tecnologia leva aulas a casas de estudantes de todo o Brasil durante a pandemia
A pandemia está representando um desafio também para milhões de professores e alunos mais jovens.
A escola pública onde Carlos Eduardo Azevedo estuda está fechada por causa do coronavírus. Esses dias têm sido difíceis pra ele.
“Eu sinto muita falta dos meus amigos e de poder aprender junto com eles. Eu gosto muito de trabalho em grupo, e na minha escola de vez em quando tem muito. Eu estou com muita saudade”, diz o estudante de 10 anos.
A partir do dia 27, Carlos e o irmão vão ter aulas virtuais. Em São Paulo, a Secretaria Estadual da Educação antecipou as férias para aprimorar o sistema que tem a missão de manter o ensino durante o isolamento.
O olho no olho está dando lugar ao ensino remoto. Em tempos de pandemia, o professor dá aula cercado por câmeras e luzes. O conteúdo é transmitido via internet para 3,5 milhões alunos. E quem tem uma dúvida, é só clicar.
Jornal Nacional: Professora, como é dar aula remotamente? Como é essa experiência?
Débora Garófalo, professora de tecnologia e inovação: “Está sendo uma experiência incrível saber que a minha voz está chegando a milhares de estudantes nesse momento de pandemia”.
Por dia, serão duas horas de aula assim ou pela TV. O governo do estado vai bancar a internet de alunos e professores durante o uso do aplicativo. Quem não tiver celular nem computador vai ter reforço na volta.
“Inclusive, aumentando a carga horária para esses jovens que não tenham conseguido acompanhar os conteúdos nesse período. O importante é que ninguém pode ficar para trás, e todos terão a oportunidade, seja agora ou quando retornar as aulas”, diz o secretário da educação de São Paulo, Rossieli Soares.
No Maranhão, os professores também estão se adaptando à novidade. As aulas são por teleconferência, pela TV e pelo rádio.
“A didática em si permanece a mesma, só que em espaço geográfico totalmente diferenciado”, diz o professor Stanley Ferreira.
Pernambuco adaptou o currículo para as aulas transmitidas pela internet.
“A gente está ao vivo com os alunos. Por exemplo, durante a aula, a gente para um pouco o conteúdo e vai interagindo, alunos de todo o estado, professores vão participando também”, diz o professor Luiz Fernando Lopes.
O diretor do Todos Pela Educação diz que iniciativas assim ,para reduzir o prejuízo ao aprendizado, são fundamentais em meio à crise. E cobra mais envolvimento do Ministério da Educação.
“A gente não tem observado no Brasil essa coordenação em âmbito nacional na educação. O que tem deixado as redes de ensino à mercê das suas próprias possibilidades, capacidades e condições de enfrentar esse desafio”, comentou Olavo Nogueira Filho.
A angústia de muitos pais é saber se os filhos vão aprender como deveriam.
“Não acompanharem mesmo, sabe, e ficarem para trás no ensino. E isso pode prejudicar, é óbvio”, diz a empresária Maryellen Dantas de Azevedo.
A ansiedade é grande porque não se sabe quando tudo isso vai passar, quando as cadeiras serão ocupadas de novo. Enquanto isso, os educadores dizem que é muito importante que os alunos sigam uma rotina.
Para que isso seja possível, professores de Sorocaba, no interior de São Paulo, tentam reproduzir pelas redes sociais o ambiente da escola.
“Que ele busque um horário para continuar realizando suas atividades, busque um cantinho tranquilo, sossegado, para que ele possa manter esse ritmo de estudo. E que tenha bastante paciência porque tudo isso vai passar”, orienta a coordenadora pedagógica Marisa Borges.
Fonte e foto do G1