Variante Ômicron faz capitais cancelarem Réveillon e ameaça Carnaval
Pelo menos oito capitais não terão festa de Réveillon na virada de 2021 para 2022. Dessas, duas já optaram por também cancelar a folia de Carnaval em fevereiro. O avanço da variante Ômicron, de origem africana, fez prefeitos e governadores de todo o país reavaliarem a decisão de promover shows e outras aglomerações.
Embora algumas capitais tivessem confirmado a realização dos eventos depois do avanço da vacinação no Brasil e da redução de mortes e infecções, a chegada da Ômicron a todos os continentes e a análise de um possível caso em São Paulo jogaram um balde de água fria na possibilidade de liberar a comemoração com grandes grupos.
A variante, identificada pela primeira vez na África do Sul, foi classificada pela Organização Municipal de Saúde (OMS) como preocupante. Apesar disso, ainda há dúvidas sobre o seu nível de contágio e gravidade. Na segunda-feira (29/11), a OMS informou que a Ômicron representa um risco muito elevado para o planeta.
O medo de uma quarta onda da Covid-19 forçou alguns gestores a darem um passo para trás nos festejos de Ano-Novo e na folia de Carnaval. Isso porque a realização desses grandes eventos impossibilitaria a tomada de alguns cuidados indispensáveis para evitar a disseminação do vírus, como o uso da máscara e o distanciamento social.
Salvador, São Luís e João Pessoa, na segunda-feira (29/11), cancelaram os festejos de Réveillon. Belo Horizonte, Fortaleza e Goiânia já tinham anunciado que não promoveriam o tradicional evento. Palmas e Teresina também confirmaram ao Metrópoles que não farão as festas de fim de ano.
Medo
Em relação ao Carnaval, as expectativas são ainda menores, devido ao receio quanto à proliferação do vírus. Até o momento, só três capitais mantêm a liberação e a organização da folia: Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Outras 17 estudam se farão os festejos. Duas informaram o cancelamento do Carnaval: Teresina e Campo Grande.
Mesmo nas três capitais em que houve liberação para os festejos, os gestores não descartam o cancelamento, caso seja identificada alta no número de casos e de mortes nas próximas semanas.
A infectologista Ana Helena Germoglio ressalta que decidir hoje se dá para ter Carnaval é imprudente. “Fazer previsões para muitos meses há uma semana já era difícil. Hoje, depois do surgimento da Ômicron, torna-se muito imprudente. Nós ainda não sabemos o comportamento dela e vamos precisar parar algumas semanas até que a ciência nos dê essa resposta”, afirmou a especialista.
Capitais
A reportagem do Metrópoles entrou em contato com as 27 capitais brasileiras. Do total, 24 responderam ao questionamento sobre a realização dos eventos e o medo da disseminação da Ômicron.
Noticia originalmente publicada no site Folha Max