Em Rondonópolis, motoristas fazem greve e deixam trabalhadores sem transporte coletivo

Moradores de Rondonópolis despertaram numa segunda-feira atípica, com os pontos de ônibus vazios e as ruas sem o habitual ir e vir dos coletivos. O impasse está nas rodas da mobilidade da cidade: os motoristas de ônibus decretaram paralisação total.

A decisão da categoria foi acelerada diante do iminente término do contrato da empresa Cidade de Pedra, previsto para encerrar na próxima quarta-feira (31/01). A mudança de regime para uma cooperativa no dia seguinte parece ser o cerne do descontentamento entre motoristas e a Autarquia Municipal do Transporte Coletivo (AMTC).

O anúncio da greve não foi repentino – os condutores já davam sinais de alerta desde a última terça (23). Prévias negociações, tentativas de diálogo com órgãos governamentais e uma assembleia geral foram esforços que não renderam frutos, segundo relata Wellington Brito, um dos motoristas. “Buscamos ajuda, tentamos conversar, mas não vimos retorno. A paralisação tornou-se nosso último caminho na busca por respostas.”

A pendência maior, aparentemente, é a resistência à perda de direitos trabalhistas garantidos pela CLT e outros benefícios, que passariam a ser histórico e não mais realidade para esses profissionais.

Traduzindo em números, a troca do vínculo empregatício para a adesão ao modelo cooperativista pode acarretar perda de aproximadamente R$ 1.200 por mês para cada trabalhador – sem contar a segurança da carteira assinada.

Diante do impasse, a pauta de reivindicação é objetiva: manter todos os motoristas e colaboradores vinculados ao regime da CLT, preservando os acordos coletivos já firmados. A busca é também pelo reconhecimento do sindicato local como representante legítimo, como menciona Afonso Aragão, presidente do STTRR.

A paralisação, além de refletir as demandas dos trabalhadores, repercute diretamente na rotina da população, que enfrenta desafios adicionais no deslocamento diário. A cidade aguarda uma solução que recoloque seus ônibus nas ruas e a tranquilidade na vida de seus passageiros e trabalhadores do transporte público.

Com o site: falacomigomt