Fluminense entrega jogo que tinha na mão e se complica na Libertadores
A almejada classificação do Fluminense para a semifinal da Libertadores, com a possibilidade real de um inédito Fla-Flu na próxima fase, nunca esteve tão ameaçada. O empate em 2 a 2 dentro do Maracanã com o Barcelona de Guayaquil (veja os lances no vídeo abaixo) força o Tricolor a propor o jogo no Equador na próxima quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Monumental de Barcelona. O time de Roger Machado já entrará em campo com um resultado que o elimina e terá que vencer ou empatar marcando no mínimo três gols na casa do adversário, que tem 100% de aproveitamento em seus domínios no torneio. Complicou…
E o pior é que foi o próprio Fluminense que se complicou sozinho ao entregar um jogo que estava em suas mãos. Se ainda não voltou a ter uma grande exibição, ao menos a equipe compensou na raça contra um adversário enjoado de se enfrentar e que joga com linhas altas. Mas o Tricolor soube lidar bem com a pressão, terminou o primeiro tempo sem tomar nenhum susto e ainda saiu em vantagem no placar, em lance de puro oportunismo de Gabriel Teixeira na área.
O time teve ainda mais três boas oportunidades: a furada de Fred de cabeça após jogadaça de Biel; o cruzamento em que o camisa 9 se precipitou e tirou a cabeçada de Lucca, que vinha melhor posicionado de trás; e o pênalti no fim, contra só duas chances do Barcelona de Guayaquil. Quando o segundo gol tricolor parecia questão de tempo, os equatorianos viraram explorando falhas individuais: de Luccas Claro, que errou o passe no primeiro gol; de Nino, que fez o pênalti do segundo; e de Marcos Felipe, que aceitou ambas as finalizações.
Mas a derrocada tricolor no jogo passa também pelas substituições. As mexidas novamente mataram o time por não conseguiram manter o nível de quem saiu: Kayky e Lucca entraram muito mal, nos lugares de Gabriel Teixeira e Luiz Henrique, e não acertaram nada. Não é de hoje que o Fluminense sofre com a falta de opções em seu banco de reservas. Luiz Henrique, por exemplo, era uma carta na manga de Roger para o segundo tempo, mas virou titular com a lesão de Caio Paulista. E o clube não conseguiu trazer reforços para o setor para esta fase do torneio.
Começando um jogo após mais de um mês, Cazares também sentiu o ritmo e pediu para sair na etapa final. Enquanto esteve em campo, o meia equatoriano não foi brilhante, mas dosou o ritmo, acelerou com toques de primeira e mostrou que fez por onde ter sequência. Falando em critério, Roger precisa rever mais um conceito, assim como fez com Nenê: a titularidade de Fred. Ídolo do clube, o centroavante vem mal não é de hoje e atuou os 90 minutos no Maracanã, enquanto Abel Hernández entrou só aos 38 do segundo tempo e sofreu o “pênalti da esperança”. O uruguaio merece ao menos ser acionado mais cedo nas partidas.
Após a expulsão de Martínez, o Fluminense teve 20 minutos com um jogador a mais para buscar a vitórias, e Roger arriscou tirando os volantes e colocando o time para frente. Mas quase saiu com uma derrota vexatória nessas condições. O gol de pênalti já nos acréscimos, aos 49, mantém a disputa em aberto. O Tricolor tem um time que se equipara ao do Barcelona de Guayaquil e sempre jogou melhor como visitante nesta Libertadores. Mas para propor o jogo lá, será necessário se precaver com os homens de velocidade do adversário, principalmente Preciado em cima de Egídio.
Os jogadores do Fluminense se reapresentam na tarde desta sexta-feira no CT Carlos Castilho. Antes do jogo decisivo contra o Barcelona de Guayaquil no Equador, o Tricolor volta a campo pelo Campeonato Brasileiro. Com só três pontos à frente da zona de rebaixamento, o pressionado time de Roger Machado visita o Internacional neste domingo, às 20h30 (de Brasília), no Beira-Rio.
Com Globo Esportes