Frigoríficos do Brasil têm exportações de carne suspensas para a China

A China suspendeu as importações de duas unidades processadoras de carne suína do Brasil pertencentes à JBS e à BRF, de acordo com a autoridade aduaneira chinesa, restringindo os embarques em meio a preocupações com o novo coronavírus.

Agora, 6 unidades de frigoríficos brasileiros foram até agora impedidas de exportar para a China em meio a preocupações crescentes com os milhares de casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, entre trabalhadores da indústria no país. Desse total, 5 foram embargadas pelos chineses e 1 pelo Ministério da Agricultura do Brasil.

A China suspendeu temporariamente as importações de uma unidade da BRF em Lajeado e de uma da JBS em Três Passos, ambas no Estado do Rio Grande do Sul, segundo publicação com data de sábado no site da Administração Geral de Alfândega da China (GACC, na sigla em inglês).

A BRF informou que a fábrica de Lajeado é a primeira da companhia a ser suspensa desde o início do Covid-19. A JBS já tem duas plantas suspensas.

A publicação chinesa, que apenas identificou os frigoríficos por seu SIF, não dá o motivo para a suspensão. O Brasil é o segundo país com maior número de casos do novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

China é o maior comprador de carne suína, bovina e de frango do Brasil. O país asiático solicitou que os exportadores de carne certifiquem globalmente que seus produtos estão livres de coronavírus, o que BRF, JBS e outras processadoras de alimentos do Brasil já fizeram.

A JBS disse em comunicado que não comentaria a decisão e afirmou que estava adotando todos os esforços para “a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores”.

Em nota, a BRF informou não ter sido notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de carne suína de sua unidade de Lajeado e ressaltou desconhecer o motivo da decisão. A BRF “já está atuando junto às autoridades brasileiras e chinesas, incluindo o Ministério da Agricultura – MAPA, o Ministério de Relações Exteriores – MRE, a Embaixada da República Popular da China no Brasil e o próprio GACC, para reversão da suspensão no menor prazo possível e tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer tal habilitação”, disse a empresa em nota.

O Ministério da Agricultura confirmou nesta segunda-feira (6) a suspensão dos dois frigoríficos, que ocorreu no dia 4 de julho. O governo brasileiro disse que já ofereceu esclarecimento aos chineses e que vai pedir a reabilitação das unidades (leia a nota completa abaixo).

O que se sabe

Oficialmente, o governo brasileiro não informa quais unidades foram suspensas. Segundo levantamento do G1, as plantas até agora suspensas foram:

  • JBS, de Passo Fundo (RS) – carne de frango;
  • JBS, de Três Passos (RS) – carne suína;
  • Minuano, de Lajeado (RS) – carne de frango;
  • BRF, de Lajeado (RS) – carne suína;
  • Agra Industrial, de Rondonópolis (MT) – carne bovina;
  • Marfrig, de Várzea Grande (MT) – carne bovina.

Leia a nota do Ministério da Agricultura

A General Administration of Customs People’s Republic of China (GACC) suspendeu, no último dia 4 de julho, a importação de carne suína de mais dois frigoríficos brasileiros.

O órgão do governo chinês – responsável pela habilitação de estabelecimentos exportadores para China e pelo controle de mercadorias na aduana – não informou os motivos da medida.

Todas as informações solicitadas pelo GACC sobre as duas unidades industriais já foram enviadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) às autoridades daquele país.

Nesta semana, o Mapa vai solicitar ao GACC a retirada da suspensão, visto que os dois SIFs referentes a essas plantas cumprem todos os requisitos sanitários acordados entre o Brasil e a China para exportação de carne suína.

O mesmo procedimento já foi adotado pelo ministério em relação aos outros três estabelecimentos para que as suspensões (feitas na semana passada pela China) possam ser levantadas, visando à retomada por parte dessas empresas das exportações para a China.

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa tem prestado todas as informações solicitadas pela GACC.

Com o G1