Greve dos correios continua, e sem previsão de terminar

Trabalhadores dos Correios que atuam em Rondonópolis realizaram, ontem (09), doação de sangue na Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) da cidade, como parte da programação desenvolvida enquanto a greve, que teve início no dia 18 de agosto, estiver em andamento.

A medida ajudou a melhorar os estoques do banco de sangue local, que sofrem com o baixo índice de doação desde o início da pandemia.

As atividades que estão sendo realizadas pelos trabalhadores visam chamar a atenção da sociedade para as demandas da categoria, que paralisou as atividades devido à “retirada de direitos”, conforme o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais de Mato Grosso – Sintect/MT.

Segundo os trabalhadores, a direção dos Correios tem em mãos uma liminar que permite a mudança de regra de férias, pagamentos de hora extra, redução de ticket alimentação, corte benefício do filho com necessidade especial, redução da licença maternidade de 180 dias para 120 dias, diminuição do período de amamentação, desconto do plano de saúde, entre outros.

A convenção coletiva dos trabalhadores junto aos Correios havia sido assegurada em 2019, com aval do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Porém, a empresa recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu uma liminar que reduziu o prazo de validade da convenção de 24 para 12 meses, deixando os trabalhadores sem cobertura de acordo coletivo desde o dia 31 de julho.

Segundo a categoria, a greve deflagrada neste momento não se dá por novas cobranças, mas, pela manutenção de direitos que já foram adquiridos anteriormente e estavam assegurados na convenção coletiva. A greve é nacional, com cerca de 80% de adesão e sem previsão de término.

Efeitos da greve

Devido ao movimento grevista dos trabalhadores, boa parte dos serviços dos Correios estão paralisados e as correspondências se acumulam no CDD – Centro de Distribuição Domiciliar, de Rondonópolis.

Os contêineres que chegam até a cidade são muitos diante do pouco efetivo atuando (30% dos funcionários) e nem todas as encomendas são processadas.

Conforme as encomendas vão sendo verificadas, o cliente recebe um aviso pelo código de rastreio ou aplicativo, e pode se dirigir até o CDD e retirar seu produto.

Isso tem provocado todas as manhãs filas gigantescas na unidade, que fica na Avenida Goiânia, levando à aglomeração e muita reclamação dos consumidores que ficam no sol aguardando pela sua encomenda.

Com o Jornal Atribuna