Grupo acusa polícia de truculência em desapropriação e reivindica área

Grupo acusado de ocupação em propriedade na comunidade Rio dos Peixes, em Nossa Senhora do Livramento (42 km ao sul de Cuiabá), denuncia a Polícia Militar de truculência durante abordagem, na sexta-feira (04/08). Na ação, segundo as vítimas, os policiais queimaram as casas, quebraram celulares e bateram em todos, inclusive em gestante.

Segundo a Polícia Militar, o grupo é invasor da terra, arrebentou cercas e estava armado com foices e facões. Agentes chegaram até a terra os denunciantes estavam, após o proprietário da fazenda, Alvaro Cruz Thome, registrar queixa. Ele é empresário em Cuiabá.

“Está tudo dolorido, tudo ‘regaçado’ de tanta pancada. Eles estão falando que a gente invadiu a terra, mas nós temos tudo certinho, a gente requereu no Intermat. A polícia chegou violenta lá. Eles chegaram, pediram pra colocar as mãos para cima. Obedecemos. Mas mesmo assim maltrataram nós. Pegaram meu celular e apagaram todas as fotos que a gente tinha que comprova o dono da fazenda do lado cortando madeira ilegalmente (sic)”, disse o lavrador Bruno Paulo de Souza.

Bruno é um dos ocupantes que estavam na área quando a polícia chegou. Segundo ele, foi o “primeiro a apanhar”, mesmo rendendo às ordens. Ele disse que o proprietário da fazenda ao lado denunciou o grupo dizendo que é dono da terra, porém, a parte em que estão foi vistoriada por servidor do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e local demarcado.

Agricultor explicou que foi definida com cercas a área do proprietário da fazenda e do grupo de ocupantes. Sendo assim, protocolaram o requerimento de apropriação da terra. Cerca de 20 famílias estavam morando no local desde 8 de fevereiro de 2021.

Detidos na sexta-feira, registraram boletim de ocorrência no sábado (05/08).

O site entrou em contato com a Intermat e até o momento não recebeu resposta sobre a condição dos denunciantes e da área. Também tentou contato com o empresário Alvaro Thome, mas não conseguiu comunicação. A Polícia Militar informou que não responde pelas ações dos policiais “com base em suposições”, uma vez que não foi formalizada uma denúncia na corregedoria.

Com Gazeta Digital