Secretária diz que não repassará recurso federal para a Santa Casa até realização de auditoria

Depois que a Santa Casa de Rondonópolis veio a público afirmar que a Prefeitura está retendo aproximadamente R$ 12,3 milhões de recursos federais para atendimento de pacientes com Covid-19 durante a pandemia que deveriam ser pagos ao hospital, a secretária municipal de Saúde, Izalba Albuquerque, rebateu ontem (15) as afirmações em vídeo que foi divulgado pela Prefeitura.

Ela afirmou que não irá repassar os valores cobrados pela Santa Casa até que o Ministério da Saúde conclua uma auditoria que foi solicitada pelo Município.

De acordo com Izalba, a Santa Casa recebia em conta os depósitos integrais referentes às diárias das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e, posteriormente, faturava novamente essas diárias. Em função disso, o Município teria efetuado descontos dos valores que a Santa Casa supostamente teria recebido em duplicidade.

“Nós fazíamos os depósitos integrais na conta da Santa Casa, referentes às diárias UTIs e depois a Santa Casa faturava novamente essas diárias, e por isso, foi feito desconto para que eles não recebessem em duplicidade. E nós estávamos conversando. Solicitamos auditoria ao Ministério da Saúde. Por se tratar de recursos federais eu não posso, simplesmente, por minha vontade pagar duas vezes”, relatou a secretária.

Izalba afirmou ainda que “causa estranheza porque isso está sendo feito justamente nesse momento político”. Ela acrescentou que a Secretaria de Saúde já vinha conversando e esclarecendo a Santa Casa sobre a questão.

“Todos os descontos que a Secretaria de Saúde fez da Santa Casa foram feitos através de uma comissão de avaliação, que é composta por dois membros do Estado, dois membros da Secretaria de Saúde, dois membros do Conselho de Saúde e dois membros da Santa Casa. Em nenhum momento houve questionamento dos membros da Santa Casa sobre esses descontos”.

Por fim, a secretária afirmou que esses valores somente serão pagos à Santa Casa após conclusão de auditoria do Ministério da Saúde, com autorização para que o Município faça os repasses.

“Para que a gente pague, precisamos que essa auditoria do Ministério da Saúde seja feita e eu tenha segurança jurídica para pagar. Porque o recurso é federal. Eu não posso pagar duas vezes por um serviço executado. Não posso pagar duas vezes por uma internação. Não adianta fazer pressão. Nós vamos fazer o que é correto. Se o Ministério mandar pagar, eu pago”, concluiu.

Com o AtribunaMT