Com alta do combustível, o povo de Mato Grosso estão abandonando os carros
Grande parte da população de Mato Grosso, incluindo os cuiabanos estão abrindo mão de utilizar os carros e trocando a forma de se locomover por conta dos preços dos combustíveis nos postos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), os custos para se manter um veículo próprio quase dobraram, entre 2015 e 2022. Segundo o estudo, a manutenção de um carro popular corresponde a 95% do salário-mínimo atualmente.
A análise leva em consideração itens básicos do dia-a-dia, como combustível, além do seguro e do IPVA, estes dois últimos, atrelados ao valor do veículo. Há ainda os custos com a manutenção e estacionamento, que são contabilizados. Em 2015, este montante correspondia a aproximadamente 75% do salário-mínimo na ocasião. Segundo o professor do IBMEC, Paulo Henrique Pêgas, este custo deve ser de apenas 20% da renda do trabalhador.
“A inflação no período foi de 50%. O preço dos veículos subiu 73% no mesmo período, elevando consequentemente o IPVA e o seguro. No entanto, o combustível, grande vilão nesta conta, subiu 100%. O custo do veículo não deveria representar mais de 20% da renda total da pessoa”, afirmou, em entrevista ao Bom Dia Mato Grosso, da TV Centro América.
A estudante Ellen Gomes afirmou que passou a deixar o carro com a filha, mudando a forma de se locomover, por conta dos custos. “Comprei o carro para poder frequentar a faculdade e trabalhar. Como meu curso era a noite, quando terminava a aula, não dependia de ônibus. Não tenho mais carro e hoje ele só fica com minha filha, que precisa dele para trabalhar. Hoje dependo apenas do transporte coletivo”, relata.
Quem também mudou a forma de se locomover foi a servidora pública Eliane Pereira de Oliveira. Ela optou por uma solução mais saudável e agora vai ao trabalho de bicicleta. “Às vezes vou para o trabalho deixando o carro e vou pedalando. Quando faço isso três vezes por semana, o combustível que eu usaria para passar uma semana, acaba durando duas”, explica.
Com Folha Max